O governador Eduardo Campos não vacilou em quebrar o corporativismo
dos médicos, no início da sua gestão, quando a categoria ameaçou greves
contra a implantação do modelo das organizações sociais na área de
saúde.
Na quebra de braço, com sindicatos ligados a centrais sindicais
controladas a partidos políticos, o governador socialista ganhou a
opinião pública depois de mostrar que poderia melhorar o atendimento à
população depois de mais de 20 anos sem novos hospitais, enquanto os
médicos estavam apenas travando uma batalha por reserva de mercado e
manutenção da exclusividade do emprego público nem sempre compromissado
com a produtividade.
O governador Paulo Câmara dá sinais de que deve endurecer com a área
de educação, como Eduardo fez com os médicos. Já apanhou dos PM nas
primeiras semanas de governo.
Mesmo frisando que busca manter o compromisso com a valorização dos
profissionais de educação do Estado, o Governo Paulo Câmara decidiu
fazer a publicação de portaria, nesta terça-feira (14), no Diário
Oficial do Estado, sobre os procedimentos em relação à greve dos
profissionais da educação do Estado.
A portaria vai determinar a apuração da frequência dos servidores que
não comparecerem nas unidades de trabalho da Secretaria de Educação,
por motivo de greve e diz que eles terão o desconto dessas faltas na sua
remuneração.
“Interromper as atividades escolares é uma medida que traz prejuízos
principalmente para os alunos, familiares e aos próprios profissionais”,
diz o governo em nota oficial.
Os servidores contratados temporariamente que aderirem à paralisação poderão ter os seus contratos de trabalho rescindidos.
Já os servidores lotados nas escolas de referência que aderirem à
paralisação poderão ser removidos para posterior localização em outra
unidade de trabalho, sendo aberto processo para a substituição destes.
O Governo Paulo Câmara também disse que manifesta a intenção de
continuar negociando e e pediu que o Sindicato dos Profissionais em
Educação de Pernambuco (Sintepe) interrompa a paralisação.
“Nós estamos recorrendo ao bom senso da parcela dos professores que
estão em greve para que retomem as suas atividades nas escolas. A
retomada da negociação só será realizada caso haja a suspensão da greve
e, consequentemente, retorno ao trabalho”, informa a Secretaria de
Educação.
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