Na tarde de quinta-feira (16), a hashtag #ExplicaMoroPorqueSoPT alcançou o primeiro lugar nos Trends Topics Brasil, no Twitter.
A hashtag expressa o sentimento de que está havendo dois pesos e duas
medidas sobre quem é investigado na Operação Lava Jato conduzida pelo
juiz Sérgio Moro, conforme a filiação partidária. Se compararmos dois
casos, vemos que esse sentimento de parcialidade tem fundamento.
O petista João Vaccari Neto teve prisão preventiva decretada
desnecessariamente, apenas porque os investigadores suspeitam dele, a
partir de delações premiadas, que ainda são duvidosas porque ainda estão
mais no terreno da ilação, longe de serem comprovadas.
A prisão parece o caso daqueles maus policiais truculentos que atiram primeiro para depois perguntar.
O normal é quando há suspeita, primeiro investiga, depois, se for o
caso, denuncia, e só prende se houver provas que levem a condenação após
transitado em julgado. Vaccari se manteve o tempo todo à disposição da
justiça, não tem nenhum poder para obstruir investigações, e não teve
nenhuma atitude que justifique uma prisão cautelar. Está preso porque é
petista. Fosse de outro partido, estaria solto.
Enquanto isso, o doleiro Alberto Youssef narrou em delação premiada que o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) dividia propinas com o ex-deputado José
Janene (PP_PR), pagas pela empresa Bauruense, fornecedora de Furnas.
Disse que quem recolhia o dinheiro para Aécio era a irmã dele.
Aécio tem foro privilegiado e não pode ser investigado na vara do juiz
Sérgio Moro, mas a irmã dele não. No mínimo os investigadores teriam a
obrigação de tomar depoimento dela e fazerem as perguntas de praxe, se
já visitou a empresa Bauruense? Foi fazer o quê lá? Se já recebeu
dinheiro daquela empresa? De quem? De que forma? Por que? Para que? E
para quem?, etc.
Se Vaccari já prestou depoimento, disse que só recebeu doações legais
para o partido e que nada tinham a ver com propinas, e teve seu sigilo
fiscal e bancário quebrados, além de seus parentes, as mesmas medidas
teriam de ser aplicadas à irmã de Aécio.
Ela também teria que ter seus sigilos bancários quebrados, inclusive de
um empresa de Factoring que ele teve e que apareceu nas investigações do
mensalão tucano. Outra de publicidade em sociedade com Aécio, além das
rádios, também deveriam ter os sigilos quebrados.
Se as diligências sobre Vaccari decepcionaram os investigadores, que
agora buscam "tapiocas", porque não encontraram nenhuma Ferrari na
garagem, uma investigação sobre as rádios de Aécio e de sua irmã
encontrará uma estranha frota de carros importados de luxo, coisa que
nenhuma rádio usa como veículo de trabalho.
Esta frota foi descoberta a partir do escândalo do bafômetro. O senador
Aécio, foi parado em uma blitz na madrugada do Rio de Janeiro, tinha
habilitação vencida e preferiu ser multado a fazer o teste do bafômetro.
O carro que ele dirigia era um Land Rover, mas não era de sua
propriedade. Estava em nome da rádio Arco-íris, dele e de sua irmã,
sediada em Belo Horizonte. Aécio, por ser parlamentar, não pode exercer
cargo de dirigente da Rádio, logo nem podia argumentar que era carro de
serviço da rádio. Tudo indica que houve ali um flagrante de debitar
despesas pessoais do senador tucano nas despesas da rádio, o que os
Policiais Federais, Procuradores e Auditores da Receita Federal poderiam
esclarecer em quais artigos do código penal se enquadra esse tipo de
conduta, tanto do senador como dos gestores da rádio que não tem foro
privilegiado.
Se Vaccari foi preso, por imparcialidade e coerência do Juízo do Dr.
Moro, a irmã de Aécio também deveria ser. Mas na verdade, nenhum dos
dois deveriam ser presos enquanto investigados, sem que representem
ameaça às investigações.
Se alguém deveria ser preso preventivamente, e não sabemos quem é, seria
quem está supostamente obstruindo a parte tucana das investigações na
Lava Jato, a ponto de sequer colher depoimento da irmã de Aécio e de
outros envolvidos sem foro privilegiado, na conexão Bauruense-Furnas.(Do blog amigos do Lula)
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