O ex-ministro da Justiça no governo Lula, Tarso Genro criticou,
ontem, o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, e
afirmou que "está havendo um regime de exceção não declarado na luta
contra a corrupção no País".
Em palestra na sede do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, o
ex-governador do Rio Grande do Sul disse acreditar que o País caminha
para uma inflexão autoritária e afirmou que esse processo está sendo
"instrumentalizado politicamente" pelo que chamou de "setores do Poder
Judiciário vinculados a setores do Ministério Público e da alta
burocracia estatal" para derrotar "o que resta da utopia democrática da
esquerda".
"A questão democrática está sendo dilapidada. Estamos vivendo, a
partir de uma grande articulação, um processo de exceção não declarado",
discursou. Para o ex-ministro, a chamada "instrumentalização da exceção
dentro da ordem democrática que é feita hoje pela elite brasileira
formou um grande partido político". Ele também criticou o "sistema de
comunicação tradicional" e citou nominalmente o juiz Sérgio Moro.
"O juiz Moro, por exemplo, se dedica a estabelecer uma jurisdição
nacional para seus inquéritos, o que não existe. Quando o juiz Moro diz:
'Eu me reuni com a minha equipe' é o Ministério Público, isso não
existe no Estado de Direito. Um juiz nunca forma equipe com o MP.
Estamos nos encaminhando para um flexão autoritária e para a formação de
exceção não declarada contra a esquerda brasileira", discursou o
ex-presidente do PT.
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