Informações do Diário de Pernambuco
A
movimentação voltou a se intensificar no Complexo Prisional do Curado,
pouco antes das 10h desta quarta-feira, terceiro dia de rebelião. Em
cima do telhado do presídio Frei Damião Bozzano, cerca de 50 detentos
exigem a presença do juiz da 1ª Vara de Execuções Penais, Luiz Rocha.
Pelo
microfone, os reeducandos ameaçam matar os 'gatos', detentos que
colaboram com a PM, fazem favores e não se misturam com os 'ratos', os
demais detentos. Eles querem a agilidade no julgamento dos processos e
pedem a transferência para outra unidade prisional.
Perto
das 11h, enquanto o Batalhão de Choque da Polícia Militar se preparava
para entrar novamente no presídio, os detentos rezaram e, do lado de
fora do presídio, era possível ouvir os gritos das preces. No telhado,
os detentos chegaram a queimar um boneco de pano, que representaria o
juiz Luiz Rocha.
Nos
últimos dois dias, três pessoas morreram - um PM e dois reeducandos -
dentro do complexo. Na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá,
tumultos também foram registrados e, ao todo, 49 detentos ficaram
feridos durante as rebeliões.
Depois
dos dias de tensão, o Governo do Estado prometeu adotar medidas
emergenciais para melhorar a situação do sistema prisional em
Pernambuco. Em reunião com uma comissão formada por dez detentos do
Complexo Prisional do Curado, o secretário de Justiça e Direitos Humanos
de Pernambuco, Pedro Eurico, se comprometeu a contratar 20 advogados
para atuar nos processos de execução penal dos detentos, prometeu a
melhoria da qualidade da comida e a instalação de câmera na área externa
para acompanhar a entrada de visitantes, evitando situação de
constrangimento no acesso.
Os
presos pedem maior agilidade no julgamento dos processos e reclamam da
superlotação da unidade. O sistema prisional do estado tem um déficit de
19.467 vagas.
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