247 - O corte de luz ocorrido ontem em dez estados
brasileiros, provocado por uma sobrecarga no sistema, em razão do
consumo excessivo decorrente do recorde de calor nas capitais
brasileiras, reacendeu uma esperança na oposição e em seus braços nos
meios de comunicação: a de que a presidente Dilma Rousseff, ex-ministra
de Minas e Energia, decrete um racionamento, assim como fez o
ex-presidente FHC, em 2000.
No Estado de S. Paulo e no Valor (joint-venture entre os grupos Folha
e Globo), a estrela do dia é o consultor Mario Veiga, que aponta o
risco "cada vez maior" de racionamento em 2015. No Globo, a manchete do
dia também prevê novos apagões ao longo do ano, o que tem sido
descartado pelo governo. Segundo o ministro de Minas e Energia, Eduardo
Braga, não faltará energia, mas ela ficará mais cara, em razão do
acionamento das térmicas, uma vez que os reservatórios das hidrelétricas
estão vazios.
Para a oposição, um eventual racionamento seria uma vitória simbólica
em relação a Dilma, uma vez que um de seus grandes trunfos, nas
campanhas presidenciais de 2010 e 2014 foi o de ter evitado apagões como
o de 2000, com o planejamento da expansão do setor elétrico, com obras
como as usinas do Madeira, de Belo Monte e de Angra 3, além dos
programas de energias renováveis.
Por enquanto, o que aconteceu no Brasil em 2015 foi apenas um
blecaute, mas a torcida de setores da mídia por racionamento é evidente.
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