No acordo de colaboração premiada firmado com o Ministério Público
Federal e homologado pelo ministro Teori Zavascki, o doleiro Alberto
Youssef abriu mão em favor da Justiça de uma série de bens e imóveis em
oito cidades em quatros Estados do País, incluindo terrenos e unidades
de hotéis, além de veículos importados. Ele também abriu mão de R$ 1,89
milhão e de US$ 20 mil encontrados pela PF na sede da GFD Investimentos.
O doleiro admitiu que todo esse patrimônio é fruto de atividade
criminosa.
A extensa lista dá a dimensão do patrimônio levantado pelo doleiro,
alvo principal da Operação Lava Jato e que liderou o esquema de lavagem
de cerca de R$ 10 bilhões e desvios de dinheiro envolvendo fundos de
pensão, obras espalhadas pelo País e, sobretudo, a Petrobras, foram
anexados pelo juiz federal Sérgio Moro aos autos da Lava Jato a pedido
da defesa de Youssef.
Dentre as propriedades estão: todos os bens em nome da GFD
administrados pela Web Hotéis Empreendimentos; 74 unidades autônomas do
Condomínio Hotel Aparecida, bem como o empreendimento Web Hotel
Aparecida, em Aparecida do Norte (SP); 37,23% do imóvel do Web Hotel
Salvador, na capital baiana; Web Hotel Príncipe da Enseada, localizado
em Porto Seguro (BA); seis unidades autônomas do Hotel Blue Tree
Premium, em Londrina (PR); 34,88% das ações da empresa Hotel Jahu S.A,
em Jaú (SP); 50% do terreno do loteamento Granjas Reunidas Ipitanga, em
Lauro de Freitas (BA), de 4.800m² avaliado em R$ 5,3 milhões bem com o
empreendimento que está sendo construído no local; um imóvel de 300m²
localizado em Camaçari (BA).
Além destes imóveis, o doleiro também abriu mão de um veículo Volvo
XC60, um Wolkswagem Tiguan 2.0, ambos blindados, e de uma Mercedes Benz
CLS 500. Os veículos blindados ficarão depositados judicialmente em nome
das filhas de Youssef, que poderão utilizá-los como medida de segurança
enquanto o pai estiver preso. Após a progressão de regime de Youssef,
ou caso as filhas decidam abrir mão, os veículos serão alienados pela
Justiça.
O acordo prevê ainda que a ex-esposa do doleiro fique com um imóvel
dele na capital paulista, localizado no bairro Vila Nova e que suas
filhas fiquem com um imóvel de Youssef em Londrina. Por fim, um imóvel
do doleiro na capital fluminense, um sobrado no Campo de São Cristovão,
será destinado “de forma irretratável e irrevogável” à Justiça como
multa compensatória pelos delitos cometidos pelo doleiro.
No período em que ele ficar preso, o imóvel ficará apreendido sob
administração da Justiça e os valores dos aluguéis do sobrado serão
depositados na Justiça. Após a soltura de Youssef, será levantado o
valor do imóvel e de todos os bens e valores que forem recuperados em
decorrência das informações prestadas pelo doleiro na delação. Se a
porcentagem de 1/50 avos do total recuperado for maior ou igual ao valor
do imóvel, o doleiro ficará dispensado da multa e o bem passará para
suas filhas. Caso 1/50 do total recuperado seja menor que o valor do
imóvel, ele será alienado judicialmente.
Youssef também se comprometeu a informar e renunciar à União todos os
valores em contas bancárias e investimentos a que tem direito no Brasil
e no exterior, ainda que estejam em nome de outras pessoas físicas ou
jurídicas. O doleiro ainda autorizou as autoridades nacionais e
estrangeiras a acessarem todos os dados de suas movimentações
financeiras no exterior, mesmo que não estejam em seu nome, como
offshores e contas em nome de familiares.
(Fonte: Estadão Conteúdo)
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