Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
Os aumentos de tributos anunciados
hoje (19) pelo governo ajudarão a reequilibrar a economia e facilitarão a
retomada do crescimento, disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Na
avaliação do ministro, o reforço de R$ 20,63 bilhões na arrecadação,
proporcionado pelos reajustes de tributos, contribuirão, de forma
importante, para o aumento da poupança pública e fortalecimento da
política fiscal.
“Estamos tomando uma sequência de
ações para reequilibrar as contas públicas com o objetivo de aumentar a
confiança, o entendimento dos agentes econômicos, de modo que possamos
ver a retomada da economia em novas condições”, declarou o ministro.
Para o ministro, o equilíbrio fiscal
é importante para a recuperação da economia brasileira. “Isso,
obviamente, responde a um quadro mundial bastante diferente. O mundo
mudou, e o Brasil está mudando. A gente está tomando as ações, passo a
passo, para alcançar, da melhor forma possível, o que é necessário para
alcançar o caminho do crescimento”, disse Levy.
A cobrança de Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) de cosméticos sobre os atacadistas, ressaltou o
ministro, aumentará a transparência do mercado do produto. “A
equiparação dos atacadistas aos industriais faz com que a tributação
seja mais homogênea ao longo da cadeia de distribuição. Dá mais
transparência a preços e transferências, organizando melhor o setor”,
comentou.
Da mesma forma, o aumento da
alíquota do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para os produtos
importados, destacou Levy, diminuirá distorções provocadas pela decisão
judicial que, há dois anos, excluiu o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo das mercadorias do
exterior. “A consequência é que hoje o valor final do PIS/Cofins do
produto doméstico é maior que o do produto importado. Por isso, a medida
não prejudica a produção doméstica”, disse.
Em relação ao reajuste do PIS/Cofins
e do retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico (Cide) sobre os combustíveis, o ministro lembrou que o
aumento, de R$ 0,22 por litro da gasolina e de R$ 0,15 por litro do
diesel, é menor que a alíquota da Cide no passado. “No início dos anos
2000, a alíquota da Cide sobre a gasolina era R$ 0,28”, alegou.
Sobre a elevação do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) no crédito a pessoas físicas, Levy disse que
a medida poderá ter impacto positivo no crédito, no médio e no longo
prazo, por causa da retomada da confiança na economia. “Nas últimas
semanas, os juros mais longos tiveram relativa redução. O principal
efeito do conjunto das medidas tributárias é aumentar a confiança e a
disposição de as pessoas investirem no Brasil. Isso se reflete na queda
da curva de juros de longo prazo”, acrescentou.
O ministro evitou comentar a posição
do governo sobre o aumento de 6,5% na tabela do Imposto de Renda,
aprovado pelo Congresso Nacional no fim do ano passado. Hoje, acaba o
prazo para a presidenta Dilma Rousseff sancionar ou vetar o aumento.
Alegando que a definição cabe apenas à presidenta, Levy disse que a
proposta original do governo era de reajuste de 4,5%.
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