247 – A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar
duramente, na manhã desta segunda-feira 22, a proposta da adversária do
PSB, Marina Silva, de tornar o Banco Central independente. Para a
petista, que concedeu entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, isso significaria criar um "quarto poder" no Brasil. O discurso é similar ao da propaganda eleitoral do PT,
que diz que Marina pretende dar aos "banqueiros" poder de decisão de um
presidente da República e do Congresso Nacional sobre assuntos que têm
efeito direto "sobre a sua vida e de sua família", como "os juros que
você paga, seu emprego, preços e até salários".
Os jornalistas Ana Paulo Araújo e Chico Pinheiro criticaram o
programa e questionaram se Dilma achava certo ficar "colocando medo nas
pessoas". Dilma respondeu: "Tudo o que eu falo está no programa da
candidata. A candidata diz: vou tornar o Banco Central independente.
Ora, Banco Central independente nos termos do Brasil é colocar um quarto
poder na Praça dos Três Poderes. Aí vai chamar Praça dos Quatro
Poderes. Está escrito isso. Mas não é só isso. Ela diz que vai reduzir o
papel dos bancos públicos", afirmou a presidente.
Chico Pinheiro trouxe à tona a posição do procurador-geral eleitoral,
Rodrigo Janot, de que a propaganda era "tendenciosa" e que "poderia
gerar estados emocionais desapegados da experiência real, ou seja, não é
verdade". Dilma afirmou: "ele disse 'poderia', isso é uma opinião dele.
Isso vai ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Do meu
ponto de vista, eu quero meu direito de defesa". Questionada se não
considera que está "amedrontando" as pessoas com essa linha de
raciocínio, Dilma disse que "não", está "alertando as pessoas".
Voltando à proposta em si, Dilma foi questionada sobre exemplos de
países que tornaram o Banco Central independente, como Chile e Reino
Unido, e de acordo com a jornalista Miriam Leitão, tiveram resultados
positivos. A presidente Dilma disse que o papel do BC é "única e
exclusivamente controle da inflação" e que nem os Estados Unidos estão
conseguindo fazer esse controle. "Hoje, no mundo, ninguém está
conseguindo cumprir todas as metas no ponto. Oscila. Lá também oscila",
disse.
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