247 – O presidente nacional do PSB,
Roberto Amaral, recusou o apelo da direção pernambucana da legenda para
adiar a escolha da nova Executiva nacional da sigla, marcada para a
próxima segunda-feira (29). Aliados do ex-governador de Pernambuco
Eduardo Campos preparam uma carta com críticas ao dirigente. É o que
aponta a coluna Painel, da Folha. A ala pernambucana do PSB pretende
indicar um nome do estado para se candidatar à presidência do partido. O
nome mais cotado é o do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, muito
próximo da família de Campos.
O diretório estadual da sigla ameaça levar a decisão para a Justiça,
caso uma nova data não seja marcada, segundo os bastidores. E esta
possibilidade não parece remota, uma vez que, de acordo com informações
da cúpula do PSB, 80 dos 113 integrantes do diretório do partido
marcaram presença na reunião da próxima segunda.
A possível divulgação da carta vai "carimbar", definitivamente, a
crise dentro do PSB nacional. Após a morte de Campos, no dia 13 de
agosto, após um acidente aéreo, em Santos (SP), o partido não tem
conseguido aparar suas arestas, embora alguns membros da legenda tentem
negar a existência de um racha interno.
É sabido que o Amaral tenta evitar que a atual presidenciável da
legenda, Marina Silva, se consolide como a maior liderança do partido,
caso seja eleita, e aja de acordo com os interesses do seu grupo
político. Há décadas dentro do PSB, o dirigente afirma que a convocação
da reunião para a escolha da nova Executivo nacional do partido era a
vontade do governador Eduardo Campos, de que as coisas fossem resolvidas
internamente conforme o estatuto do partido.
No entanto, o vice na chapa presidencial da legenda, Beto Albuquerque
(RS), manifestou, nesta sexta-feira (26), a sua indignação com o rumo
das tentativas de consenso da legenda. "Infelizmente Eduardo não está
mais conosco, portanto a dinâmica do partido é outra. Não é a mesma com
Beto Albuquerque e Roberto Amaral", afirmou Albuquerque à imprensa.
"Eu sou o vice-presidente do partido e não fui consultado para que
esse edital fosse publicado... é incompreensível", acrescentou. De
acordo com o deputado, o PSB estar concentrado na eleição presidencial.
"Não pode ser a uma semana da eleição uma convocação absolutamente
desconectada da realidade", declarou.
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