BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, que
concorre à reeleição, disse neste domingo que a Petrobras não pode ser culpada
por erros que tenham sido cometidos por ex-dirigentes da estatal e evitou
comentar o acordo do ex-diretor da empresa Paulo Roberto da Costa para fazer
uma delação premiada no inquérito da operação Lava Jato da Polícia Federal.
Costa teria fechado um acordo com a PF e o Ministério
Público para dar informações que podem ajudar nas investigações, que analisam
superfaturamento e desvio de dinheiro em contratos de empreiteiras com a
estatal.
"O Brasil e nós todos temos de aprender que se pessoas
cometeram erros, malfeitos, crimes, atos de corrupção, isso não significa que
as instituições tenham feito isso", disse a presidente a jornalistas ao
ser questionada se temia que a imagem da empresa pudesse ser afetada com as
revelações que Costa pode fazer durante a delação.
"A Petrobras é muito maior que qualquer agente dela,
que seja diretor ou não, que cometa equívocos, crimes ou que se for julgado que
se mostra que se foi condenado. Isso não significa uma condenação da
empresa", argumentou a petista.
A estatal de petróleo está no centro de várias investigações
da Polícia Federal e do Congresso Nacional, onde duas Comissões Parlamentares
de Inquérito (CPIs) estão instaladas para analisar contratos da Petrobras.
As CPIs foram instaladas depois que a própria presidente
Dilma disse que a compra da uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, por
parte da Petrobras foi tomada com base num parecer "técnica e
juridicamente" falho.
"Eu não tenho que comentar sobre a decisão de uma
pessoa presa fazer ou não delação premiada. Isso não é objeto do interesse da
Presidência da República", afirmou a presidente.
ADVERSÁRIOS
Dilma também evitou fazer análises sobre a mudança na
corrida eleitoral com a entrada da ex-senadora Marina Silva na disputa como
candidata à Presidência pelo PSB.
Questionada sobre recentes declarações da campanha
socialista de que o país não precisa de um gestor na Presidência, mas sim um
líder, Dilma discordou, mas não citou nominalmente os adversários. Os
socialistas têm usado esse argumento para frear as críticas de que Marina não
tem experiência como gestora.
"Essa história de que o país não precisa ter um cuidado
na execução de suas obras e uma obrigação de entregá-las é uma
temeridade", disse a petista.
"Ou é quem nunca teve experiência administrativa e, portanto,
não sabe que é fundamental para um país com a complexidade do Brasil dar conta
de tudo", disse.
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