247 – O senador Fernando Collor (PTB/AL)
subiu à tribuna do Senado na tarde desta segunda-feira 28 para falar
sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que o inocentou dos
crimes de falsidade idológica, corrupção passiva e peculato, acusações
feitas à época em que era presidente do Brasil. O parlamentar, que
sofreu impeachment por causa das denúncias, citou "angústia" e
"padecimento" pela espera de 22 anos do julgamento e fez questão de
questionar: "quem vai me devolver o que me foi tomado?"
O ex-presidente alfinetou o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que
votou por sua absolvição no processo. "[Houve uma] tentativa do ministro
em resumir, de forma desmerecedora, todo o enredo da ação e do
julgamento, deturpando o relatório da relatora [ministra Carmem Lúcia]. O
presidente do Supremo, sob sua ótica, de tudo que se apurou, restou
apenas a relação dos crimes com a figura do presidente da República.
Tudo baseado em aspas, mais que em indícios", discursou.
Para Collor, falta "liturgia" a Barbosa, que criticou, ao fim do
julgamento na última quarta-feira, a morosidade da Justiça brasileira.
"Se no Brasil a Justiça como um todo padece de letargia, como ele
próprio reconheceu ao final de meu julgamento, o presidente da mais alta
corte judicial padece de liturgia. O senhor presidente da Suprema Corte
do país tem uma carência de liturgia para o exercício do seu cargo",
criticou o senador.
Collor externou, durante seu pronunciamento, opinião do Ministro Luís
Roberto Barroso, de que a relatora, Ministra Cármen Lúcia, em seu voto
foi "cuidadosa, meticulosa, brilhante e isenta". Segundo o parlamentar, a
votação unânime a seu favor permitiu a reflexão de toda a sociedade,
principalmente dos jovens, que ouviram "inverdades" a respeito de um
homem público, o qual sempre lutou pela justiça e dignidade.
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