Carlos Chagas
Da
presidente Dilma o PMDB não se afastará. Afinal, ela detém a caneta,
tudo indicando que a manterá por mais quatro anos. O partido precisa da
chefe do governo assim como o sapo precisa da lagoa.
Agora,
depois das provas de inconformismo desta semana, abrindo investigações
sobre a Petrobras e convocando onze ministros e altos funcionários do
Executivo, a bancada do PMDB na Câmara manterá o PT na alça de mira. São
piores do que nunca as relações entre as duas legendas. Os
peemedebistas acusam os companheiros de pretender ocupar toda a
Esplanada dos Ministérios assim que vitoriosa a reeleição, mas pretendem
impedi-los antes.
O maior
esforço será feito para a eleição de mais deputados e senadores do que
os petistas. Dessa forma, daqui até outubro, será travada guerra sem
quartel entre eles, com reflexo nas campanhas de governador. Alianças
que pareciam asseguradas em diversos estados começam a perigar, apesar
da tentativa da presidente Dilma e do ex-presidente Lula em
preservá-las.
O Rio será
palco de um dos maiores entreveros entre PMDB e PT. Revigorado pela
reação dos deputados diante do governo, Sergio Cabral jogará todas as
fichas na derrota de Lindbergh Farias, mesmo se Luís Fernando Pezão vier
a perder para Anthony Garotinho. Em São Paulo também não haverá
quartel: querem revigorar Paulo Scaff para tirar votos de Alexandre
Padilha, podendo até apoiar Geraldo Alckmin se num segundo turno ele
vier a enfrentar o ex-ministro da Saúde. E assim por diante, na
esperança de que candidatos próprios a governador, na maioria dos
estados, possam ajudar na eleição para a Câmara e o Senado.
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