Excelentíssimo Sr. Shinzo Abe,
MD Primeiro Ministro do Japão
Em 13 de setembro de 2013,
completava 26 anos o acidente com o Césio-137, maior tragédia atômica
ocorrida em área urbana que vitimou milhares de pessoas em Goiânia,
capital de Goiás (Brasil).
Nessa mesma data, 114
organizações japonesas, 107 organizações brasileiras, 32 Prêmios Nobel
Alternativo e outras entidades dirigiram à autoridades diplomáticas e
governamentais, japonesas e brasileiras, uma Declaração (abaixo
reproduzida) contra um acordo nuclear Brasil/Japão, em defesa de
um tratado de cooperação para o uso de energias renováveis entre os
dois países.
O silêncio das autoridades
referidas acima, frente a essa iniciativa, não abalou nossa convicção de que o
diálogo é o melhor caminho para a consolidação da paz no mundo!
Por isto mesmo, no terceiro ano
do colapso de Fukushima, voltamos a nos dirigir a V. Exa, manifestando
preocupação com os prejuízos que o Japão vem causando à humanidade, pelas
dificuldades de controlar a radioatividade liberada pelas avariadas
usinas Daiichi que,
por 3 anos, contamina trabalhadores, populações e o meio
ambiente. Material radioativo segue fluindo das usinas para águas
subterrâneas, desembocando no Oceano Pacífico.
Desde que a imprensa noticiou,
em outubro passado, que V. Exa, reconhecendo a gravidade da situação,
pediu ajuda tecnológica qualificada ao mundo todo para solucionar os impactos
do acidente de Fukushima, aumenta por toda parte o temor pelo futuro do
planeta, pois sabemos, todos, que usinas nucleares são mortais e a radiação
atômica não respeita fronteiras. Apesar do apoio dos EUA e dos bilhões de
dólares já gastos na “descontaminação”, o fracasso para evitar o vazamento de
radioatividade em Fukushima evidencia a incompetência da tecnologia nuclear
japonesa. Mas o governo continua exportando esta perigosa tecnologia para
países, como Índia, Turquia e Vietnã, ampliando o raio de ameaça para outros
povos.
Mais preocupante ainda é
que o governo está apoiando leis de sigilo que criminalizam autores de
noticias sobre supostos "segredos" nucleares. Toda a mídia do Japão e
até o New York Times se opõem a esta repressiva legislação, que poderá
transformar em crime informação sobre vazamentos radioativos e perigos em
usinas nucleares japonesas.
Nesta oportunidade, estamos nos
dirigindo a V. Exa. para, mais uma vez, manifestar nossa solidariedade às
vitimas da tecnologia atômica, em todo o mundo, e nosso apoio às exigências dos
japoneses que anseiam pela imediata indenização de todos os trabalhadores
e das populações afetadas pela tragédia de Fukushima; pela evacuação
imediata das crianças e comunidades da região; pela revogação da lei
que ameaça a liberdade e o direito à informação; pelo fechamento das
usinas nucleares e pela não exportação desta tecnologia para outras partes do
Planeta!
Receba, Sr. Ministro, a
expressão de nossa mais alta estima.
Zoraide Villasboas
Articulação Antinuclear
Brasileira
Francisco Whitacker
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