Do Jornal do Commercio deste sábado (15)
Por Felipe Lima e Jumariana Oliveira
Por Felipe Lima e Jumariana Oliveira
Um processo de sucessão que deixou
fraturas expostas na relação entre governador e vice. Uma administração
que sofrerá chacoalhada no secretariado estadual. O clima de incerteza
macroeconômica que assusta os investidores privados e exige cautela dos
gestores públicos este ano. Um orçamento amarrado e sob ameaças diretas
de falta de fôlego para tocar novos projetos. A imposição de entregar um
Estado ao sucessor em 2015 sem margem para acusações de “herança
maldita”. O “caldeirão” que o vice-governador João Lyra (PSB) está
mexendo para assumir o governo Eduardo Campos (PSB) a partir de 4 de
abril, até agora, está gerando um caldo grosso e difícil de digerir.
Nessa sexta (14), após várias reuniões
entre Lyra e o secretariado estadual durante a semana, o vice
encontrou-se com Eduardo. Na pauta oficial, apenas uma conversa sobre
ajustes e afinação desse processo de transição. A reunião durou cerca de
três horas e não contou com a participação de mais ninguém, o que deixa
evidente que os dois tiveram um encontro marcado pela tensão.
Por maiores que sejam os esforços dos
aliados em negarem, é azedo o clima entre o governador e o vice. Pessoas
de trânsito com Lyra argumentem que a tradição política de 60 anos da
família vai pesar para um diálogo mais profissional nesse momento de
transição. Mas é essa palavra que incomoda. Mesmo estando no governo
socialista há mais de sete anos, está em curso uma mudança de comando
com contornos que se assemelham aos de gestões distintas.
Alijado das discussões sobre a escolha
do candidato à sucessão de Eduardo Campos – o escolhido foi o secretário
da Fazenda, Paulo Câmara (PSB) -, o vice-governador deu um passo para o
início da sua gestão, indo de encontro à expectativa de que seu governo
vai ser um braço da administração de Eduardo. Ao longo da semana
passada, Lyra decidiu mergulhar nos dados do governo.
O vice-governador se preocupa em estar
preparado para o ano de 2014. O primeiro obstáculo está no orçamento
espremido. A informação é que teria disponível 30% dos R$ 3,7 bilhões em
investimentos para rubricas com seu DNA.
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