segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

As agruras de um popstar: Barbosa não pede RG



247 - O que acontece quando um juiz de uma suprema corte se converte em celebridade? Certamente, o resultado não é bom para a Justiça.
Joaquim Barbosa, como se sabe, tem distribuído autógrafos com frequência, seja em Brasília, no Rio de Janeiro ou em Miami.
Embora diga que não pretende se candidatar a nada em 2014, seu nome, com frequência, é lembrado como uma das alternativas à presidência da República.
E se um juiz popstar é ruim para a democracia, um magistrado que faz da toga trampolim para uma eventual carreira política é pior ainda. Nesses casos, o populismo judicial costuma substituir a técnica e o senso de Justiça que se exige de quem tem a dura missão de julgar.
Nesse festival de autógrafos, aplausos e confetes, muitas vezes acontecem imprevistos. Joaquim Barbosa se deixou fotografar ao lado do empresário Antônio Mahfuz, réu em 221 processos, que vive foragido nos Estados Unidos e está impedido de regressar ao País (leia mais aqui). Aliás, só poderá voltar caso tenha um habeas corpus do STF, que Barbosa preside.
Num post em sua página no Facebook, já apagado, o estelionatário Mahfuz comemorou a imagem ao lado do "vingador". E o que diz a assessoria do presidente do Supremo Tribunal Federal? "Ele não pede o RG de ninguém", segundo um assessor.
Portanto, criminosos em busca algum tipo de redenção já sabem o que fazer: basta seguir a agenda do popstar Joaquim Barbosa, que estará sempre pronto para mais um clique.
A menos que leia a carta aberta escrita pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por peculato de forma indevida pelo Supremo Tribunal Federal (leia aqui). "Um Judiciário autoritário e prepotente afronta o regime democrático. Um ministro do STF deve guardar recato, não disputar a opinião pública e fazer política. Deve ter postura isenta", diz João Paulo.

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