247 - O que
acontece quando um juiz de uma suprema corte se converte em celebridade?
Certamente, o resultado não é bom para a Justiça.
Joaquim Barbosa, como se sabe, tem distribuído autógrafos com frequência, seja em Brasília, no Rio de Janeiro ou em Miami.
Embora diga que não pretende se
candidatar a nada em 2014, seu nome, com frequência, é lembrado como uma
das alternativas à presidência da República.
E se um juiz popstar é ruim para a
democracia, um magistrado que faz da toga trampolim para uma eventual
carreira política é pior ainda. Nesses casos, o populismo judicial
costuma substituir a técnica e o senso de Justiça que se exige de quem
tem a dura missão de julgar.
Nesse festival de autógrafos,
aplausos e confetes, muitas vezes acontecem imprevistos. Joaquim Barbosa
se deixou fotografar ao lado do empresário Antônio Mahfuz, réu em 221
processos, que vive foragido nos Estados Unidos e está impedido de
regressar ao País (leia mais aqui). Aliás, só poderá voltar caso tenha um habeas corpus do STF, que Barbosa preside.
Num post em sua página no Facebook,
já apagado, o estelionatário Mahfuz comemorou a imagem ao lado do
"vingador". E o que diz a assessoria do presidente do Supremo Tribunal
Federal? "Ele não pede o RG de ninguém", segundo um assessor.
Portanto, criminosos em busca algum
tipo de redenção já sabem o que fazer: basta seguir a agenda do popstar
Joaquim Barbosa, que estará sempre pronto para mais um clique.
A menos que leia a carta aberta
escrita pelo deputado João Paulo Cunha (PT-SP), condenado por peculato
de forma indevida pelo Supremo Tribunal Federal (leia aqui).
"Um Judiciário autoritário e prepotente afronta o regime democrático.
Um ministro do STF deve guardar recato, não disputar a opinião pública e
fazer política. Deve ter postura isenta", diz João Paulo.
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