O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu ao BNDES e à Caixa Econômica Federal que vendam suas ações da Petrobras. O governo é o responsável pela indicação do xerife do mercado, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A CVM tem um colegiado com um presidente e quatro diretores.
Esse tipo de venda tem de obedecer à governança das empresas. Diretores respondem com o próprio patrimônio por eventuais decisões temerárias. A Petrobras tem sócios minoritários, que sofrem o impacto de decisões sobre venda de lotes. O BNDES detém 14% do capital total da Petrobras. A Caixa possui 2,3%.
Haveria enorme impacto econômico com venda maciça, pois as ações da empresa poderiam perder valor com uma oferta tão grande ao mercado. Especialistas em negociar ações, com posições compradas ou vendidas, podem tirar vantagem desse tipo de movimento em detrimento de acionistas minoritários e dos interesses da própria Petrobras.
Em resumo, é uma baita intervenção no domínio econômico para uma administração que se diz liberal. No governo, a versão é que há orientação para diminuir a participação do Estado e que medidas como venda de ações dependem dos conselhos das empresas. O problema é como reduzir essa participação trazendo o maior benefício possível ao Tesouro e o menor dano possível aos acionistas minoritários. (Kennedy Alencar)
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