sexta-feira, 19 de maio de 2017

Acordo de delação multa JBS em R$ 250 milhões


O Estado de S.Paulo - Josette Goulart

Valor que será cobrado de irmãos Joesley e Wesley Batista pelo MPF é considerado baixo para o porte do conglomerado empresarial
O acordo fechado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS, com o Ministério Público Federal, prevê imunidade total para eles. Os procuradores se comprometeram a nem sequer abrir um processo pelos crimes que os empresários relataram, em que expuseram centenas de políticos, funcionários públicos e ex-parceiros. Além disso, a multa acertada gira em torno de R$ 250 milhões, número considerado baixo, dado o porte da empresa e as cifras bilionárias já acertadas com outras empresas envolvidas na Lava Jato.
As condições “suaves” do acordo chegaram a provocar indignação em pessoas que já fizeram negócios com o grupo, que acreditam que os crimes cometidos deveriam ter alguma punição, por menor que fosse. Os empresários também tiveram permissão para continuar comandando os negócios. Mas as condições do acordo podem mudar caso deixem de prestar alguma informação sobre irregularidades.
As irregularidades cometidas pelo grupo envolvem principalmente a compra de apoio político, mas suspeitas de outras condutas pouco ortodoxas ainda são relatadas, mesmo depois de os empresários já terem negociado uma delação premiada. Desde a semana passada, segundo informações de três mesas de operação de câmbio, a JBS e pessoas ligadas à empresa começaram a comprar dólar. Na quarta-feira, às vésperas da divulgação da delação, a aquisição teria chegado acerca de US$ 1 bilhão. Não há confirmação oficial. Mas, somente de quarta para ontem, se compraram de fato os dólares com base em uma informação que só eles tinham, ganharam mais de 8%.

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