Helena Chagas - Blog Os Divergentes
O excesso de autoconfiança é sempre um mau conselheiro, e levou o Planalto e a equipe econômica a mandarem ao Congresso uma reforma draconiana, acompanhada pelo discurso de que não poderia sofrer maiores mudanças. Todo mundo se lembra de Henrique Meirelles dizendo que, se era para fazer uma reforma menor, melhor não fazer nada.
Errado: a esta altura do campeonato, qualquer reforma é melhor do que nada, e o governo vai ter que engolir a minireforminha que o Congresso resolver aprovar. Os cinco pontos nos quais o Planalto resolveu ceder são totalmente razoáveis, até porque corrigem injustiças do projeto inicial com a camada mais fragilizada da população. Mas é preciso entender que, aos ohos do Congresso, essas mudanças são apenas o início. O governo piscou, e mostrou que, com sua baixa popularidade, perdeu aquela situação em que controlava totalmente o Legislativo. A dura realidade das pesquisas se impõe.
Deputados e senadores com encontro marcado com as urnas no ano que vem é que vão dar as cartas da Previdência agora, e por aí já se deduz que ela será completamente desossada. Para Michel Temer, porém, é preciso ter algo para chamar de reforma para sobreviver até lá.
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