Um
dia desses, escrevi aqui que seria moleza a aprovação pela Câmara dos
Deputados da reforma trabalhista. Como se tratava de projeto de lei
bastava ao governo garantir a presença em plenário de 257 deputados e
conseguir que metade mais um deles votassem a favor.
Compareceram
à votação 473 de um total de 513 deputados. E 296 votaram a favor, 177
contra. No caso da reforma da Previdência, trata-se de Proposta de
Emenda Constitucional (PEC). O governo precisará de um mínimo de 308
votos para aprová-la.
Ele
acha que os 296 deputados que disseram sim à reforma trabalhista dirão
sim à da Previdência. Faltaria conquistar, apenas, mais 12 votos.
Moleza! Não, não é. Pode parecer que seria porque o governo tem muitos
favores a oferecer aos 12 restantes em troca do seu voto.
Ocorre
que ele sabe que os 296 votos de ontem dificilmente se repetirão na
hora de votar a reforma da Previdência. O mais provável é que não se
repitam. A reforma da Previdência mexe com maiores interesses do que a
reforma trabalhista. A resistência à sua aprovação é muito maior.
O
governo de Fernando Henrique Cardoso não conseguiu fazê-la. O governo
Lula fez um arremedo de reforma. Os dois foram governos eleitos pelo
voto popular e que na época contavam com índices de aceitação
razoáveis. O desemprego era baixo. E a corrupção muito menor.
Uma
coisa é distribuir favores para abiscoitar mais 12 votos. Outra muito
diferente é ter o que oferecer a 12 e a mais 296. De resto, a questão
não se resume ao é dando que se recebe. A reforma da Previdência foi mal
explicada. A maioria dos brasileiros é contra. Haverá eleições em 2018
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