Hely Ferreira *
O mestre Maquiavel em sua obra mais popular (O Príncipe), faz um relato histórico da política, procurando fundamentar que o governante deve aprender com o passado. Se possível, repetir o que deu certo com outros governantes, e criar mecanismo para evitar os erros que levaram grandes nomes à ruína.
Há quem defenda que o secretário de Florença, ao escrever O Príncipe, visava ensinar ao povo. Mas esses debates devemos deixá-los para o mundo acadêmico, onde muitos deles se tornam desnecessários, mas servem para alimentar o ego de alguns. O fato é que as ideias maquiavelianas continuam sendo relevantes para entender o comportamento de alguns quadros que buscam espaço no cenário nacional.
Quando Jânio Quadros despontou de maneira meteórica, foi eleito vereador na cidade de São Paulo no ano de 1947. Já em 1950 foi eleito deputado estadual, prefeito, em 1953, e governador, no ano de 1954.
Entretanto, nunca esboçou ser um político partidário, mas sempre deixou claro que suas atitudes causavam frenesi no povo, e, por trás delas, se escondia a fragilidade das suas “propostas”. Nem por isso devemos desconsiderar que ele foi o primeiro político a perceber a importância do uso dos meios de comunicação de massa.
Em 1989, o Brasil elegeu o ex-governador do Estado das Alagoas o Senhor Fernando Collor de Mello.
Semelhantemente à carreira de Jânio, em pouco tempo Collor conseguiu chegar até o Planalto Central. Sua passagem relâmpago como presidente ficou marcada pela maneira mediática que se comportava.
Guardada as devidas proporções, o atual chefe do poder Executivo da maior cidade brasileira traz, em sua curta histórica política, atitudes que se assemelham ao dos dois ex-presidentes, ou seja, utiliza os meios de comunicação, mas não sei se isso será suficiente, caso esteja sonhando com voos mais altos.
Hely Ferreira é cientista político e escreve no Blog da Folha às quintas-feiras.
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