Apontado em delação como
destinatário de propina, advogado revela que recebeu 'pacote' das mãos
de doleiro a pedido do ministro-chefe da Casa Civil
VEJA - Thiago Bronzatto
O acordo de colaboração dos 77
executivos da Odebrecht recebeu o apelido de “delação do fim do mundo”
porque atinge os maiores partidos do país — do PT ao PSDB, passando pelo
atual inquilino do poder, o PMDB.
Prestes a ter seu sigilo levantado, essa
megadelação também ameaça o mandato do presidente Michel Temer, já que o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu usar parte de seu conteúdo no
processo que pode resultar na cassação da chapa Dilma -Temer.
Nesta semana, o TSE ouvirá Marcelo
Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, e Claudio Melo Filho,
ex-vice-presidente da empresa, para saber se eles confirmam uma das
informações prestadas aos procuradores da Operação Lava-Jato: que em
2014, depois de um pedido pessoal de Temer a Marcelo, a Odebrecht
repassou 10 milhões de reais em dinheiro vivo, contabilizados em seu
departamento de propina, a pessoas da confiança do então
vice-presidente.
Do total, de acordo com a delação, 6
milhões de reais irrigaram a campanha de Paulo Skaf ao governo de São
Paulo. O pagamento do restante foi realizado “via Eliseu Padilha”, hoje
chefe da Casa Civil, e um dos endereços de entrega do dinheiro foi o
escritório de advocacia de José Yunes, amigo de Temer há meio século e
seu ex-assessor especial.
Continue lendo: ‘Fui mula do Padilha’, diz Yunes, amigo e ex-assessor de Temer
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