247 – Na semana
passada, em mais um capítulo vergonhoso do golpe parlamentar de 2016, o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que abreviaria
o processo de impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff, tentando
finalizar o "julgamento" – melhor seria dizer fuzilamento – ainda em
agosto (saiba mais aqui).
O pretexto seria a necessidade de
Michel Temer viajar à reunião do G20, na China, nos dias 4 e 5 de
setembro, já como efetivo – e não mais como interino. No entanto, a
ausência quase completa de líderes internacionais de peso na abertura da
Rio 2016, que não vieram para evitar o constrangimento de encontros com
o interino, comprova que Temer não faria falta alguma no G20 (leia aqui).
De todo modo, a razão da pressa não
era a viagem à China, mas sim garantir o impeachment antes que viessem à
tona os depoimentos de Marcelo Odebrecht e de outros empreiteiros.
Já se sabe que Temer pediu ajuda ao
empreiteiro em pleno Palácio do Jaburu e que isso resultou numa doação
de R$ 10 milhões em dinheiro vivo, dos quais R$ 4 milhões teriam sido
entregues a Eliseu Padilha, braço direito do interino (leia mais aqui).
Temer, agora, corre contra o tempo
para se manter no poder, porque a cada dia o seu risco aumenta, diante
da possibilidade de novas delações.
Caberá, no entanto, ao Supremo
Tribunal Federal garantir que os prazos sejam cumpridos, para que a
democracia brasileira não se contamine ainda mais pelo golpe mais
insidioso que já se viu na face da Terra
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