Do blog Tijolaço
Na impossibilidade de achar algum negócio escuso que incrimine o
ex-presidente Lula, de alguns dias para cá, o assunto são os parentes,
familiares, supostos amigos que estariam sendo presenteados “do nada”
por corruptos que resolveram participar da promoção “delate o Lula e
ganhe desconto na prisão”.
Faltam o vizinho, o cachorro, o papagaio e aqueles caras da roda de truco com quem Lula gostava de se divertir.
Não duvide, a coisa anda nesta base, e é capaz de aparecer
trombadinha de rua dizendo que deu um cordão para a filha do Lula, para
ver se a cana fica mais frouxa.
É curioso, aliás, que a “temporada” tenha coincidido com a agonia
final do deputado Eduardo Cunha que, agora, é apresentado como “o homem
que Lula quer salvar”, mesmo que Lula diga publicamente que não apenas
não quer como o presidente da Câmara é homem do bem querer da oposição.
A Folha traz hoje matéria sobre a reunião de Lula com a bancada do PT, em Brasília.
Nela, além do “pacto de proteção a Cunha” em que querem por força enfiá-lo, agora “Lula defende [a] demissão de Levy”.
Ora, alguém acha que Lula ia defender a demissão de um ministro
assim, abertamente – quantos deputados havia na reunião? 20? 30? Ha
segredo com tanta gente?.
É obvio que Lula fez o que faz quase toda a torcida do Flamengo,
exceto o pessoal do rentismo que, eventualmente, torça pelo rubronegro:
criticou a política econômica.
Se tivesse pedido a cabeça de Levy ia ser um tal de deputado correndo
para os cantos a falar no celular com jornalista que não sobraria um na
sala.
É como diz o Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:
“Em tempos normais, um erro desta
natureza custaria um ou vários empregos. Mas hoje você pode errar quanto
quiser – desde que seja contra Lula. (Ou Dilma e o PT, aliás.)”
Mas neste caso, reconheça-se, não há culpa alguma do repórteres
que em nenhum momento escrevem “demissão”, “saída” ou “substituição”.
É a chefia, mesmo, quem manda às favas os fatos e adere ao inexistente como forma de fazer o “antilulismo”.
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