Em que pese a fragilidade do governo e a impopularidade de Dilma
Rousseff, um grupo de intelectuais paulistas, entre os quais o professor
e ex-ministro de FHC, Paulo Sérgio Pinheiro (Direitos
Humanos) divulgou nesta sexta-feira (16) um manifesto de reprovação a
qualquer tentativa de tirá-la do cargo por um processo de impeachment.
Foi uma resposta aos professores Miguel Reale Júnior (Unicamp) e
Janaína Pascoal (USP) que subscrevem um dos pedidos de impeachment que
será protocolado na próxima terça-feira.
O manifesto classifica de “aventura” um eventual afastamento de Dilma
do governo porque abriria um “período de vale-tudo” no cenário político
nacional.
De acordo ainda com o documento, o impeachment da presidente “seria
extraordinário retrocesso dentro do processo de consolidação da
democracia representativa, que é certamente a principal conquista
política que a sociedade brasileira construiu nos últimos trinta anos”.
“Impeachment foi feito para punir governantes que efetivamente
cometeram crimes. A presidente Dilma Rousseff não cometeu qualquer
crime”, diz o manifesto dos intelectuais, acrescentando que “o que vemos
hoje é uma busca sôfrega de um fato ou de uma interpretação jurídica
para justificar o impeachment”.
E conclui: “Esta busca incessante significa que não há nada claro.
Como não se encontram fatos, buscam-se agora interpretações jurídicas
bizarras, nunca antes feitas neste país. Ora, não se faz impeachment com
interpretações jurídicas inusitadas”.
Assinam o manifesto, além de Paulo Sérgio Pinheiro, Roberto Amaral
(ex-presidente nacional do PSB), a professora Marilena Chauí, o escritor
Fernando Morais, o sociólogo Antônio Candido, o cientista político
André Singer, o advogado Flávio Konder Comparato, o jurista Dalmo
Dallari e o historiador Alfredo Bosi, dentre outros.(Do blog de inaldo sampaio)
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