Morreu em Brasília, nesta quinta-feira (15), vítima de câncer, o coronel reformado do Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado por ex-presos políticos como um dos mais temíveis torturadores da época do regime militar.
Ele tinha 83 anos de idade e na época do regime militar (1970-1974)
comandou o Destacamento de Operações Internas (DOI-CODI) de São Paulo,
local em que se torturou muitos presos políticos.
No início deste mês, a Justiça Federal paulista rejeitou uma denúncia
do Ministério Público contra o coronel por suposto envolvimento no
assassinato do militante comunista Carlos Nicolau Danielli, sequestrado e
torturado nas DOI em dezembro de 1972.
Em 2013, durante depoimento à Comissão Nacional da Verdade, da qual
fez parte o advogado pernambucano José Paulo Cavalcanti Filho, o
ex-sargento Marival Chaves afirmou que Ustra era “o senhor da vida e da
morte” porque escolhia a dedo quem deveria ficar vivo e quem deveria
morrer.
“Um capitão era naquela ocasião senhor da vida e da morte. Não tenho
dúvida que ele torturava, porque ele circulava pela área de
interrogatório, especialmente quando tinham presos importantes sendo
interrogados. Eu o vi lá, por exemplo, na antessala do interrogatório,
aguardando o momento de serem chamados o Wladimir Herzog e o
(jornalista) Paulo Markun”, contou o ex-sargento.
Apesar dos crimes que lhe são atribuídos, o coronel Brilhante Ustra morreu sem responder a um único inquérito.
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