Os jornalistas dispararam as críticas de sempre ao governo, mas elas resvalaram em uma muralha de argumentos da entrevistada, com números e contra-argumentos pouco conhecidos de um público acostumado a conhecer só o lado midiático da história
A “sabatina” do UOL a que a presidente Dilma Rousseff se submeteu
na tarde da última segunda-feira (27 de julho) no Palácio da Alvorada
confirmou expectativas no que diz respeito ao ânimo dos entrevistadores,
mas surpreendeu no que diz respeito ao da entrevistada.
Para inquirir a presidente, foram escalados Ricardo Balthazar (Folha
de SP), Josias de Souza (UOL), Kennedy Alencar (SBT) e José Maria
Trindade (Jovem Pan).
Não foi propriamente uma sabatina. Foi, como era previsível, um
debate. Os entrevistadores encamparam o papel de oposição, como aliás já
foi definido que deve ser pelas entidades que congregam os donos da
mídia.
Dizer quem venceu aquele debate, é difícil. Mas, se alguém venceu, foi por pontos. Ninguém nocauteou ninguém.
Os jornalistas dispararam as críticas de sempre ao governo, mas tais
críticas resvalaram em uma muralha de argumentos da entrevistada, com
muitos números e contra-argumentos pouco conhecidos de um público
acostumado a conhecer só o lado midiático da história.
O mínimo que se pode dizer é que se os jornalistas tinham argumentos
mais fortes, guardaram só para eles. Disseram, por exemplo, que muitos
países já teriam saído da crise financeira internacional, o que Dilma
desmentiu. E ninguém soube dizer que países já saíram da crise.
A presidente fez comparação entre o pessimismo com a economia e o
pessimismo com a organização da Copa. Essa imagem foi fartamente usada
por ela. Pode-se dizer que com requintes de crueldade, pois relembrou,
em detalhes, todas as previsões catastrofistas que não se confirmaram.
Com efeito, a comparação é muito forte. Grande parte da sociedade se
surpreendeu por não ter ocorrido na Copa nada do que foi vaticinado pela
mídia. Dizer que o mesmo está acontecendo na economia pode até ser
questionável, mas a chance de a tese colar é muito alta.
Por que? Porque Dilma citou, também, desastres econômicos vaticinados
pela mídia que tampouco ocorreram – alguns diriam que “ainda” não
ocorreram, mas, até que ocorram, tudo fica no campo da futurologia.
Como esse diálogo sobre a Copa ocorreu logo no início da sabatina o
restante dela ficou contaminado por essa imagem, deixando o expectador
isento com dúvidas sobre as previsões catastrofistas tanto quanto sobre
as previsões otimistas.
Outro aspecto interessante da entrevista foi o uso da ironia. Se os
entrevistadores usaram e abusaram da estratégia, Dilma não fez por
menos. Lembrou, por exemplo, previsões furadas da mídia sobre
racionamento de energia, que hoje está fora de cogitação.
Claro que, para quem apoia a presidente, o seu desempenho foi
excelente, assim como foi desastroso para quem a repudia. Mas, ao expor o
fracasso de várias previsões da mídia, Dilma conseguiu, no mínimo,
plantar a semente da desconfiança em quem ainda não tomou partido, que,
no frigir dos ovos, é quem importa.
O que de novo a sabatina de Dilma trouxe, então? Evidentemente que a
disposição dela não só para o debate, mas para partir para o ataque. Em
vários momentos, chegou ao impensável: deu a entender que os seus
entrevistadores apoiam a oposição, sobretudo o PSDB.
O grande fato político que a sabatina da presidente pelo UOL revelou é
o de que ela poderá tirar a mídia para dançar na campanha eleitoral. O
Blog garante aos leitores que aqueles jornalistas, no mínimo, ficaram
surpresos. E, provavelmente, ficaram preocupados.
Grande parte do povo brasileiro ficou realmente surpreso com as críticas e a guerra implantada de que não haveria COPA no Brasil.
ResponderExcluirA mídia televisiva somente falava nas violências,mas quando o mundo todo se mudou para o Brasil muitos desses pessimistas quebram a cara e o tiro saiu pela culatra sim.
Diziam que o pobre não teria dinheiro para assistir a Copa, quando ele pode comprar uma antena parabólica que antes não podia e assistiu em casa ao vivo e a cores.Por isso que foi a COPA DAS COPAS.
Perdemos o Título, mas o povo soube superar a derrota, mas não partiu para a violência como muitos apregoavam de que se o Brasil perdesse, a quebradeira seria geral. Quebraram a cara mais uma vez.
Se o mundo nos aplaudiu por cinco títulos conquistados, por que os brasileiros seriam tão mau educados com os que foram tão educados conosco.Quebraram a cara mais uma vez.