sábado, 24 de maio de 2014

Eduardo Campos e a sucessão estadual

Por Michel Zaidan Filho
Haverá, na próxima sucessão estadual, dois graduados cabos eleitorais em ação no nosso estado: o ex-presidente Lula e o ex-governador de Pernambuco. Qual terá mais sucesso na empreitada de transferir votos de seus eleitores a seus candidatos?
Quem anda pelo interior do estado constata que o prestígio do ex-presidente é enorme. O eleitor do Lula é o mesmo de Eduardo Campos. Deve haver, em algum momento, um conflito de lealdades entre a preferência de um ou outro. No momento, quem vem perdendo apoio é o ex-governador. O PC do B e o PDT já declararam apoio a Armando Monteiro e a Dilma Rousseff.
Os partidos evangélicos provavelmente marcharão com a presidenta. Curiosamente, foi o DEM que hipotecou o seu apoio a Eduardo Campos. Mas esse partido é residual e, por não apresentar nomes à candidatura majoritária, vai se acabando aos poucos na memória política do eleitor.
Já a situação do PSDB é incerta e duvidosa. Teria mais a ganhar se lançasse candidatura própria em PE, quem sabe a do deputado Daniel Coelho, que teve um bom desempenho eleitoral na eleição municipal. Mas esta decisão depende de uma sinalização nacional do partido tucano. E a disputa de hegemonia entre o PSB e o PSDB pode levar sim a candidaturas próprias nos estados.
Caso melhore o ambiente econômico do país e as costumeiras denúncias de corrupção ou má administração dos negócios públicos vá se apagando do lembrança do eleitor (se banalizando, na verdade), é possível que o desempenho da presidente melhore nas pesquisas, e com o início do horário gratuito e o corpo-a-corpo da campanha eleitoral, com a presença de Lula, as chances de uma vitória no primeiro turno podem aumentar para Dilma.
Chama a atenção a dificuldade que tem a candidatura do ex-governador de Pernambuco de nacionalizar seu nome, ao contrário de Aécio Neves. O ex-mandatário do estado ainda é muito identificado com o NE, e pior ainda: com as oligarquias políticas do NE. Daí não ter ainda ultrapassado os 11% das intenções de voto.
O risco – para ele – é o de uma polarização entre Aécio e Dilma. O que levaria sua candidatura para baixo e transferiria votos para um dos dois primeiros colocados. O fato que até agora – mesmo com o apoio de Marina Silva – esta candidatura não empolgou (ou convenceu) ninguém.
E quanto mais o discurso do candidato se aproxima de FHC e sua agenda gerencial, o medo dos fantasmas de passado aumenta.(postado originalmente no blog de jamildo)

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