247 – Os
pessimistas sobre a capacidade de a economia brasileira enfrentar e
vencer a crise internacional têm de refazer suas contas. Mais uma vez.
Contra a unanimidade de críticos plantados na mídia familiar e
tradicional, o Brasil real mostrou em números o que se pode constatar, a
olho nu, no dia a dia das cidades: o mercado de trabalho vive um
momento de aquecimento. E, com ele, cresce a atividade industrial e
comercial, estão mantidos os investimentos e o PIB já apresenta números
positivos. Na primeira safra de indicadores, todos os resultados, sem
exceção, pegaram os pregadores do catastrofismo na contra-mão dos fatos.
Segundo as medições realizadas pelo
banco Itaú, uma das instituições de proa na oposição à política
econômica do governo, a atividade da indústria de transformação cresceu
3,1% em janeiro deste ano sobre dezembro do ano passado. O comércio
varejista, em toada semelhante, verificou aumento de 2,1% no mesmo
período.
Um dos medidores de Produto Interno
Bruto mais respeitados pelo mercado, o IBC-Br (Índice de Atividade
Econômica do Banco Central) projetou uma expansão de 1,26% em janeiro
sobre dezembro. A ser divulgado esta semana, a marca oficial do IBGE,
acredita-se, ficará bem próxima desse resultado. Com isso, quem apostou
numa queda sobre o último mês de 2013 mostrou falta de sintonia com os
fatos.
Mas o que marcou mesmo a primeira
safra de resultados de 2014 foi o indicador de criação de empregos,
divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho. O Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados) apresentou saldo de 260,1 mil novos
empregos, um crescimento de 111% sobre janeiro do ano passado. Nem mesmo
os chamados otimistas em relação ao quadro econômico do País ousaram
fazer uma previsão tão alvissareira.
Os negativistas, por outro lado,
perderam em todas as frentes. Comentaristas com espaço garatindo em
colunas e nas entrevistas para o noticiário do dia a dia apostavam num
recuo completo da economia, com queda no PIB, na atividade dos setores
primário e terciário e, por consequência, na geração de empregos.
Igualmente, vaticinaram que os investimentos estrangeiros iriam
escassear de imediato, em razão de medidas do Federal Reserve. Não foi o
que aconteceu.
O presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, afirmou em palestras para empresários e investidores
em seminário promovido pelo banco americano Goldman Sachs que, em
fevereiro, o fluxo de investimentos estrangeiros no Brasil ficou
positivo em US$ 9,2 bilhões. Durante o período em que esse indicador se
formou, o que se lia nos jornais de maior circulação do País era que os
investidores estavam fugindo do País para muito longe. Como se viu na
matemática real, isso não aconteceu.
Cercada por análises com
prognósticos recheados de interesses eleitorais, a presidente Dilma
Rousseff tem agora números à mão para calar seus críticos. Na guerra
ideológica em torno dos números, ela acaba de encontrar armas de grosso
calibre para defender sua política econômica.
Abaixo, notícia da Agência Reuters a respeito:
O Índice de Atividade Econômica do
Banco Central (IBC-Br) registrou expansão de 1,26% em janeiro sobre o
mês anterior, acima do esperado e indicando que a economia brasileira
iniciou 2014 em recuperação, mas ainda insuficiente para compensar a
retração vista em dezembro.
Atividade econômica do País cresceu 1,26% em janeiro na comparação com dezembro
O indicador, considerado uma espécie
de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) e divulgado nesta
sexta-feira (14), mostrou aceleração da atividade, mas não com força
suficiente para anular a queda de 1,40% de dezembro sobre novembro em
dados dessazonalizados revisados pelo BC. Anteriormente havia sido
divulgado um recuo de 1,35% naquele mês.
Ainda assim, o resultado mensal de
janeiro foi o melhor desde dezembro de 2009, quando também avançou
1,26%, e ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, cuja
mediana de 26 projeções apontava alta de 0,70%.
Na comparação com janeiro de 2013, o
IBC-Br - que incorpora estimativas para a atividade em serviços,
indústria e agropecuária - avançou 1,01% e acumula em 12 meses alta de
2,47%, ainda segundo dados dessazonalizados.
A expansão em janeiro decorre de
dados melhores do que o esperado tanto da indústria quanto do varejo,
apontando para um certo fôlego no início deste ano, mas ainda encarado
com cautela pelos agentes econômicos.
Enquanto a produção industrial
avançou 2,9% no primeiro mês do ano sobre o anterior, as vendas
varejistas subiram 0,4% no período.
A economia brasileira surpreendeu no
quarto trimestre de 2013 com crescimento de 0,7% na comparação com os
três meses anteriores, garantindo avanço em todo o ano passado de 2,3%.
Ainda assim, agentes econômicos veem
que a economia vai desacelerar neste ano, e a pesquisa Focus do BC
mostra que a expectativa é de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de
1,68%.
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