Por Fernando Castilho
Na coluna JC Negócios do Jornal do Commercio .
Na coluna JC Negócios do Jornal do Commercio .
Ligeiro e mal feito
Ideia de baixa qualidade para ajudar
prefeito que não se estruturou para arrancar dinheiro da União com
projeto de qualidade, o Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM) é
um desses programas que vai deixar pouco em termos de obra estrutural no
interior e dar um enorme dor de cabeça ao TCE, mas vai ajudar muito no
tamanho da simpatia que os prefeitos terão com os candidatos do
governador Eduardo Campos e ele próprio, inclusive.
O problema do FEM 2 é o mesmo do FEM 1: é
ligeiro e mal feito. Não dá para esperar obra decente quando se sai
distribuindo dinheiro a município que não definiu o que fazer com a
verba, já que não pode pagar salário. Também não dará tempo para fazer
bons projetos, já que o dinheiro tem que ser gasto em curto prazo. O
resultado é prefeito asfaltando rua pavimentada com paralelepípedo só
para gastar o dinheiro. Ou refazendo calçada com tijolo intertravado
substituindo granito. De novo, só a placa.
Mas isso custa caro. Somados os dois
fundos, passam de R$ 460 milhões num pacote de obras que boa parte dos
prefeitos que foram ao evento da Amupe, ontem, não sabe exatamente o que
vai dar para fazer. A proposta de ajudar as prefeituras devido à baixa
dos repasse do FPM ano passado era interessante, mas feito nas carreiras
abriu uma avenida de possibilidades de uso ineficiente e problemas no
TCE. Afinal, até janeiro os números do FEM 1 eram bem preocupantes, pois
mais da metade dos planos de trabalho apresentados estavam com menos de
60% das obras executadas.
O que vai sobrar para João Lyra
Na solenidade de ontem, quando o
governador Eduardo Campos anunciou que o FEM 2 vai custar R$ 241
milhões, foi dito que o futuro governador João Lyra avalizou a verba.
Certo, mas se isso é verdade, está na hora da Secretaria de Planejamento
prestar contas do FEM 1 e dizer o que tem, de fato, em caixa para
bancar o FEM 2. É que todo o governo vem dizendo que 2014 será um ano
difícil (para captação de verbas via convênio com a União e sem
empréstimo novo). E como o dinheiro do FEM será Azul e Branco é bom a
Seplag dizer logo o que tem no caixa para o programa e para o resto do
ano nas demais contas até dezembro.
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