DO BLOG DE CHRISTINA LEMOS
O
número de inscritos no Mais Médicos comprova que não há qualquer risco
de uma “invasão de profissionais estrangeiros” para trabalhar em
regiões isoladas, periferias de grandes cidades, ou municípios do
interior. Nesta primeira etapa de inscrições, que encerra hoje, dos
13.857 médicos que se apresentaram, 91,7% são brasileiros – isto é,
12.701. Outros 1.156 são estrangeiros.
O programa
oferece 10 mil vagas e prioridade para brasileiros. Como os estrangeiros
formam uma minoria de menos de 9% dos candidatos e há excedente de
candidatos entre os brasileiros, cai por terra um dos principais
argumentos dos oponentes à iniciativa do governo federal - que acaba de
passar no primeiro teste.
O Mais
Médicos também conquistou um aliado de peso nesta quarta: as Nações
Unidas. Em comunicado público, divulgado na página eletrônica da
instituição no Brasil, a ONU declara que “vê com entusiamo” o programa,
classifica como “corretas as medidas de levar médicos, em curto prazo,
para comunidades afastadas” e ainda apóia “a prática dos graduandos em
medicina, por dois anos no sistema público de saúde”, ressaltando que
ela “deve garantir, juntamente com o crescimento do sistema e outras
medidas, maior equidade no SUS.”
Era a
manifestação de apoio que o governo brasileiro e o ministro Alexandre
Padilha, da Saúde, precisavam, diante de uma corporação que reage de
forma quase irracional ante medidas que buscam acudir à chocante
realidade de falta de atendimento médico às populações mais carentes do
país.
É o governo
finalmente no exercício de seu papel: age, como pode, no socorro ao
cidadão. Como raras vezes, apresenta e banca financeiramente uma
resposta efetiva, eficiente e de curto prazo - em dois meses começam as
atividades - para a falta crônica de médicos nestas localidades, que
batizou de “vulneráveis” – adjetivo suave para a gravidade do quadro.
Os médicos
que não queiram se dedicar a este tipo de atendimento - essencial e até
humanitário - que permaneçam nas cidades grandes. Mas não impeçam
colegas que desejem exercer o livre direito de escolha – inclusive
profissional.
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