Do UOL
O Atlético-MG conseguiu a façanha transportar o encanto do Horto para o
Mineirão. A magia como local da grande campanha na Libertadores se fez
presente na decisão desta quarta-feira, quando o time de Cuca reverteu a
vantagem do Olimpia, conquistada na ida no Paraguai. Diante de mais de
60 mil brasileiros, a equipe de Ronaldinho e Bernard venceu no sufoco
por 2 a 0 para ser campeão da América pela primeira vez na história. A
taça veio nos pênaltis, graças a mais uma atuação decisiva de "São
Victor".
O goleiro que já havia brilhado em pênaltis contra Tijuana e Newell's
aumentou sua lista de defesas decisivas, parando a cobrança de Miranda -
mas se adiantando na pequena área. Gimenez errou a última cobrança, e
os brasileiros venceram finalmente por 4 a 3, sem necessidade de
Ronaldinho Gaúcho ir para o último disparo.
O título coroa a carreira de Cuca, que celebrou deixar para trás a fama de azarado. Ronaldinho Gaúcho também acrescenta mais uma taça continental a uma galeria que já tinha uma Liga dos Campeões. Afinado com a cúpula da CBF, o presidente Alexandre Kalil é outro que festeja seu momento mais importante dentro do futebol.
Desta forma, a geração de Ronaldinho, Bernard, Tardelli, Jô e Victor se
junta de vez à galeria de ídolos históricos do Atlético-MG, como Dadá
Maravilha, Reinaldo, Éder e Toninho Cerezo. Com o título mais importante
da história do clube, essa turma agora sonha em desafiar o poderoso
Bayern de Munique no Mundial da Fifa no fim do ano.
De quebra, o título histórico serve para tirar das costas de Cuca uma
injusta pecha de azarado. O técnico gaúcho termina a Libertadores com
boa parte dos méritos pela formação de um time ofensivo e equilibrado,
que conquistou a simpatia de muitos brasileiros – e a torcida contra dos
rivais cruzeirenses.
Este é o primeiro título do futebol brasileiro como o novo Mineirão
como cenário. Os atleticanos brigaram para jogar a final no
Independência, estádio talismã, palco de uma campanha de êxitos
inesquecíveis contra Tijuana e Newell’s. Mas, no final das contas, o
tamanho da façanha do time de Cuca merecia o gigantismo e o carisma de
uma arena como a da Pampulha.
Mas toda a frustração da etapa inicial se transformou em euforia antes
do primeiro minuto do segundo tempo. Após uma bola cruzada de Rosinei,
Jô contou com a furada de Pittoni e quase deitou para abrir o placar, em
seu sétimo gol na Libertadores.
Em vantagem, o Atlético-MG embalou no ataque e teve boas chances
através dos pés de Jô, Tardelli e Junior César. Aos 33min, Martín Silva
conseguiu ótima defesa em chute colocado de Ronaldinho Gaúcho. No
rebote, Tardelli, impedido, jogou por cima.
Depois de muita espera, o Mineirão sentiu um abalo sísmico aos 43min,
quando Leonardo Silva subiu na segunda trave e escorou de cabeça no
canto oposto, fazendo 2 a 0 e empatando o placar agregado na final.
O resultado compensou a derrota de Assunção e levou a decisão para a
prorrogação. Com um homem a mais, graças à expulsão de Manzur, o
Atlético-MG pressionou, teve chances, mas acabou parando nas mãos do
goleiro Martín Silva. Mas, nas penalidades, quem iria brilhar era o
goleiro da casa.
No fim, os paraguaios voltam para casa sem o sonho do tetracampeonato.
Para quem fica, a conquista do Atlético-MG nesta quarta-feira leva o
futebol brasileiro a 17 taças na Libertadores, ainda cinco a menos em
relação aos argentinos. A noite em Belo Horizonte vai ser pequena para o
tamanho da alegria atleticana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário