Josias de Souza
Um dia depois de ser derrotado pelo prefeito paulistano João Doria na disputa prévia que definiu o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, o suplente de senador José Anibal insinuou que o resultado decorre de fraude e foi à jugular do vitorioso. Em vídeo veiculado nas redes sociais, Anibal declarou o seguinte sobre Doria:
“O eleito, na sua fala, logo após a votação, disse que eu tenho fraude no coração. Ele sim, tem fraude no coração, na mente e na ação. Fraudou a vontade dos paulistanos, dizendo que ia ficar todo o período do mandato na prefeitura. Fraudou os compromissos que assumiu. E estamos vendo aí a cidade abandonada, com sujeira, capim, buraco. Enfim, mostrou que é um gestor inepto, incompetente. E que é um político carreirista.”
Ao trocar a prefeitura que assumiu há 1 ano e 3 meses pelo palanque estadual, Doria imitou o senador José Serra, de quem Aníbal é suplente. Em 2006, Serra entregou a prefeitura ao vice Gilberto Kassab para disputar o Palácio dos Bandeirantes. Sofreu uma saraivada de críticas. Mas venceu a eleição. Doria diz que repetirá o feito.
Previstas no estatuto do PSDB, as prévias servem para pacificar a legenda sempre que há mais de um candidato disputando um mesmo cargo eletivo. Doria prevaleceu com 80,02% dos votos contra três rivais: Floriano Pesaro (7,31%), Luiz Felipe D'Ávila (6,59%) e José Aníbal (5,98%).
Aníbal sustenta que o prefeito venceu sem método. E afasta a hipótese de pacificação do partido: “As nossas prévias não tiveram a integridade, a transparência e os debates que seriam tão necessários para criar convergência e unidade.”
Houve um tempo em que o PSDB era um agrupamento de amigos 100% feito de inimigos. Desde que Doria chegou à legenda, protegido sob as asas de Geraldo Alckmin, o ninho tornou-se mais inamistoso e menos cínico. No diretório de São Paulo, ficou mais difícil estreitar as inimizades
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