Folha de São Paulo
O presidente Michel Temer passou a se empenhar pessoalmente no avanço
do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre deputados do PSB
para engordar a bancada do DEM.
O peemedebista foi à casa da líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina
(MS), na manhã de hoje, para sondar os movimentos de Maia e para
convidar a ala rebelde do partido a ingressar no PMDB.
Desde que a cúpula do PSB decidiu punir os seus parlamentares que
votassem contra as reformas trabalhista e da Previdência, metade dos 36
deputados da legenda se rebelou e mantém-se governistas.
É justamente sobre este grupo que Maia tem avançado. Como a Folha
mostrou no sábado (15), o presidente da Câmara articula a migração de
deputados para turbinar seu partido. A meta é chegar a 50 deputados e
tomar o lugar do PSDB como a terceira maior bancada da Câmara.
De acordo com Tereza Cristina, Temer conversou na segunda-feira (17)
com o deputado Danilo Forte (CE) e com o ministro de Minas e Energia,
Fernando Filho (PE), dois do grupo de insatisfeitos com o PSB e agendou a
visita à casa dela nesta manhã.
O encontro, que começou por volta das 9h, durou cerca de uma hora. A
visita à líder do PSB foi mais uma agenda secreta de Temer, pois não
constava no registro oficial das atividades do presidente para esta
terça.
"Estamos sendo assediados por alguns partidos. Ele [Temer] falou com a
gente sobre a possibilidade do PMDB. [Perguntou] se já tínhamos pensado
nisso", disse Tereza Cristina à Folha.
Ela disse que o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), já havia procurado os insatisfeitos do PSB.
Segundo a deputada, Temer fez uma visita de cortesia e quis sondar como andavam as conversas para que o grupo deixasse o PSB.
Ela afirmou que o presidente pediu que os deputados conversassem com suas bases sobre a possibilidade de ingressar no PMDB.
"O presidente reforçou as conversas que já vinham acontecendo. Disse
que ficaria muito feliz se pudéssemos ir também [para o PMDB]", afirmou a
líder, segundo quem Temer também agradeceu a atuação dos rebeldes em
votações como as da reforma trabalhista e da denúncia contra ele na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça), na semana passada.
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