O
que Michel Temer tem a dizer sobre seus seis ministros delatados pela
Odebrecht? Até aqui, nada. A nova lista de Janot já está na praça há uma
semana, mas o presidente ainda não deu uma única palavra sobre o
assunto.
Na última terça (14), a Procuradoria pediu ao Supremo Tribunal Federal a
abertura de uma penca de inquéritos. A relação inclui meia dúzia de
auxiliares do presidente: Eliseu Padilha, Moreira Franco, Aloysio Nunes,
Bruno Araújo e Marcos Pereira.
Os
pedidos estão em sigilo, mas o assunto é conhecido. A Lava Jato
encontrou indícios de que os políticos negociaram repasses ilegais da
empreiteira. As suspeitas vão de caixa dois a corrupção em obras
públicas.
O
caso de Padilha é o que mais complica o governo. Chefe da Casa Civil,
ele foi acusado por ao menos três delatores de negociar um repasse de R$
10 milhões ao PMDB. Parte do dinheiro teria sido entregue ao advogado
José Yunes. Ele diz que foi usado como "mula" pelo ministro.
Quando
o caso veio à tona, Padilha saiu em licença médica. Treze dias depois,
voltou como se nada tivesse acontecido. Ao chegar, disse que não falaria
"sobre o que não existe" e se recolheu ao gabinete. Comparado com o
chefe, falou até demais.
Não
que Temer tenha passado a semana calado. Pelo contrário: em seis dias,
ele fez seis discursos, somando uma hora e 42 minutos no microfone.
Comentou temas como a falta d'água em Brasília, os números do
desemprego, a reforma da Previdência e a crise da carne. Sobre os
ministros delatados, nem um pio.
Em
ao menos duas ocasiões, o presidente deu as costas a repórteres que
mencionaram o assunto. O silêncio é conveniente para ele, mas não para a
sociedade, que tem o direito de cobrar explicações.
Ao
fugir das perguntas incômodas, Temer tenta ganhar tempo. Seu objetivo é
blindar os auxiliares e deixar a crise esfriar, se possível até 2018.
Chegando lá, a plateia estará mais preocupada com a eleição
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