247 - O blogueiro Eduardo Guimarães foi liberado nesta manhã após ter sido alvo de um mandado de condução coercitiva - quando a pessoa é levada forçadamente a depor - pela Polícia Federal. A PF chegou às 6h em sua casa, no bairro do Paraíso. Guimarães negou a informação de que os policiais o impediram de ligar para seus advogados. "Não houve isso", esclareceu.
Dono do Blog da Cidadania, Guimarães contestou em declaração ao Jornalistas Livres as razões do mandado de condução coercitiva contra ele e principalmente a apreensão de seu material de trabalho: um computador, seu celular e o celular de sua esposa.
"Meus advogados não entendem a razão da condução coercitiva porque eu não me recusei a vir aqui depor. Não existe uma razão lógica para me trazer obrigado até aqui", argumentou. "Eu sou agora um blogueiro sem equipamento nenhum", declarou. "Eu acredito que a apreensão do meu equipamento de trabalho viola sim a atividade jornalística. Porque eles vão vasculhar", alertou.
Ele disse que a PF já sabia quem era a fonte que lhe vazou a condução coercitiva contra o ex-presidente Lula em março do ano passado - motivo para o mandado de hoje - e queria saber se ele tinha alguma relação com essa pessoa. "Eu declarei que não conheço essa pessoa, e que divulguei porque é meu trabalho jornalístico. O meu trabalho é divulgar", contou.
Guimarães contestou ainda o argumento do juiz Sergio Moro, que autorizou a ação da PF contra Guimarães, de que ele não tem formação jornalística. "Inclusive fiquei sabendo que o juiz Sergio Moro falou que eu não sou jornalista. Mas há 12 anos eu tenho um site jornalístico", respondeu.
"A decisão de confiscar meu equipamento cita que eu não seria jornalista, então eu não seria beneficiado pelo direito ao sigilo de fonte. Isso é um equívoco, um desconhecimento da ordem legal do País", argumentou, em referência à legislação brasileira que não exige formação específica para a atividade jornalística no País. Guimarães informou ainda que é vítima de outra ação, de autoria da Associação de Juízes do Paraná, em que ele é acusado de ameaçar Moro pelas redes sociais. Ele nega ter feito isso, esclarecendo que suas mensagens no Twitter foram direcionadas ao seu leitor. "Isso é uma arbitrariedade, uma vergonha", afirmou sobre a ação da entidade.
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