Reportagem de André Borges no Estado de S.Paulo
“'O que temos para dizer é simplesmente alarmante', afirma
Fábio Lemos, vice-presidente da Associação dos Avicultores Integrados da
Perdigão em Mineiros. 'Estamos perdidos. Não temos nenhuma relação com
as acusações, mas estamos aqui sozinhos, sem ter a menor ideia do que
vai acontecer.'
A unidade da Perdigão de Mineiros é um dos três frigoríficos
que tiveram suas linhas de produção paralisadas por determinação do
Ministério da Agricultura, até que se apurem as eventuais falhas
sanitárias investigadas pela Polícia Federal. Em operação regular até a
semana passada, o frigorífico teve sua licença sanitária aprovada em
fevereiro e vinha abatendo diariamente cerca de 25 mil perus, aves que
são enviadas ao exterior, principalmente a países da União Europeia.
Com o fechamento da unidade, as 219 granjas do município travaram as atividades. Nos últimos seis dias, cerca de 150 mil perus que deveriam ter deixado os criadouros para serem abatidos na unidade da BRF tiveram de continuar no campo. Esse problema se agrava diariamente, não apenas por conta do volume de aves acumuladas, mas principalmente pelo peso que os animais passam a ganhar.
Com o fechamento da unidade, as 219 granjas do município travaram as atividades. Nos últimos seis dias, cerca de 150 mil perus que deveriam ter deixado os criadouros para serem abatidos na unidade da BRF tiveram de continuar no campo. Esse problema se agrava diariamente, não apenas por conta do volume de aves acumuladas, mas principalmente pelo peso que os animais passam a ganhar.
O limite do peso para abate de cada ave, segundo os
produtores, é de até 25 kg. Em média, os animais, conhecidos como “peru
pesado”, estão com cerca de 20 kg no momento do abate. Ao permanecerem
nas granjas, eles ultrapassam 25 kg e não podem mais entrar na linha de
produção por conta da configuração técnica da fábrica. Ou seja, não
poderão ser processados pela unidade da Perdigão, além de não atenderem
às exigências de boa parte dos compradores internacionais."
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