Estadão Conteúdo – O Conselho de Ética da Câmara dos
Deputados aprovou o parecer prévio pela continuidade do processo por
quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ). O relatório do deputado Marcos Rogério foi aprovado por
11 votos a 10 contra. O voto de desempate veio do presidente do
conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA).
“Não posso de forma alguma votar de forma diferente. Minha intenção é
investigar”, justificou. A sessão foi retomada as 23h17 minutos, após
Cunha segurar a sessão do plenário principal até o final da noite. Mesmo
tendo concluído a votação de uma Medida Provisória, o peemedebista
manteve o plenário praticamente vazio, com apenas 10 parlamentares, se
revezando em discurso no tribuna.
Ele chegou a prorrogar a sessão por mais uma hora sob a alegação de
que havia inscritos para discursar. O objetivo era fazer com que os
trabalhos no colegiado não fossem retomados até as 23h59, como prevê o
regimento, e ganhar algumas horas para reverter o placar.
O presidente do conselho manteve a sessão desta noite para concluir a
votação do parecer do relator Marcos Rogério (PDT-RO) À tarde, a sessão
foi suspensa devido ao início da ordem do dia no plenário. Pelo
regimento, o início das votações no plenário principal impede a
deliberação nas comissões.
O parecer só pode ser votado nesta noite porque os deputados
retiraram os três pedidos de adiamento da votação, mas a sessão foi
marcada por gritos e discussões para que os trabalhos fossem concluídos.
Os aliados de Cunha passaram as últimas semanas manobrando para impedir
as votações no colegiado.
Esse é o segundo parecer submetido à votação. O primeiro aprovado
acabou sendo anulado após recurso concedido pelo vice-presidente da
Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Cunha agora terá 10 dias úteis para
apresentar sua defesa e começar assim a fase de instrução do processo.
O grupo contrário a Cunha acreditava ter pelo menos 11 votos dos 21
votantes para aprovar a admissibilidade do processo. Temendo uma
derrota, os aliados de Cunha fizeram uma nova manobra, substituindo um
parlamentar titular que faltou à sessão, cujo suplente poderia votar
contra o peemedebista. Coube ao líder do PR, Maurício Quintella Lessa
(AL), substituir Vinícius Gurgel (PR-AP). Segundo Quintella, o deputado
alegou doença e pediu para que ele fosse substituído para fazer valer
seu voto em favor de Cunha.
O colegiado vem sofrendo trocas constantes de seus titulares. Mais
cedo foi anunciada a entrada do deputado Silas Câmara (PSD-AM) como
suplente. Já o PTB mudou a deputada Jozi Araújo (AP) da titularidade
para suplência e transferiu o deputado Sérgio Moraes (RS) de suplente
para titular no bloco.
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