Na página 15 do registro de número 1030822 da Junta Comercial do
Estado de Minas Gerais, de 25.10.2010, o empresário Alexandre Chiappetta
de Azevedo se declara testemunha da formação de um consórcio.
Alexandre era genro de João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, casado com uma das netas de Roberto Marinho, Paula.
O consórcio formado em Minas Gerais uniu duas empresas.
De um lado, a Agropecuária Veine Patrimonial. Está
em nome dela a Paraty House, a mansão de concreto construída de forma
irregular na praia pública de Santa Rita, no litoral do Rio de Janeiro.
Foi a engenheira florestal Graziela Moraes Barros, do Instituto Chico
Mendes, que ligou o triplex de Paraty à família Marinho, em entrevista
que deu à Bloomberg, publicada em 8 de março de 2012: Ricos brasileiros não têm vergonha de construir em área de preservação ambiental.
Em notificação a blogs através de sua advogada, João Roberto Marinho
informou que “a notícia é inverídica”, pois a casa e as empresas ligadas
a ela “não pertencem, direta ou indiretamente, ao notificante ou a
qualquer um dos demais integrantes da família Marinho”.
Voltando ao consórcio: do outro lado do contrato registrado na JUCEMG estava a Santa Amália Administração e Participações Ltda.
Ela tem como endereço a rua Margarida Assis Fonseca, 171, na capital mineira. O Viomundo esteve
lá. É a sede da Brasif, que já operou free shops em aeroportos
brasileiros e hoje aluga máquinas pesadas. Pertence ao pecuarista e
empresário Jonas Barcellos.
A Brasif, de Jonas, admitiu recentemente ter contratado a jornalista
Mirian Dutra, ex-amante de Fernando Henrique Cardoso, para prestar
serviços no Exterior. Mirian, repórter da TV Globo, exilou-se quando,
grávida, ouviu do então senador FHC que poderia ter o filho de qualquer
um, menos dele, que era casado com a antropóloga Ruth Cardoso e
pretendia chegar ao Planalto, como chegou.
O caso será investigado pela Polícia Federal, já que FHC ainda
ocupava o Palácio do Planalto quando o contrato foi assinado e a Brasif
era à época concessionária do governo federal.
O objetivo do consórcio Brasif-Santa Amália-Veine, estabelecido em 2010, foi trazer para o Brasil um helicóptero.
“As partes pretendem conjugar esforços para realizar uma operação
de arrendamento operacional de um helicóptero Agusta A109E Power, com
número de série 11764, com importação da Aeronave para o Brasil pelo
regime de admissão temporária para utilização da mesma pelas
Consorciadas e seus executivos”.
A mansão de Paraty tem heliporto. Um vôo entre a Lagoa Rodrigo de
Freitas — de onde decolam, inclusive, os helicópteros da Globo — ou o
aeroporto de Jacarepaguá e a Paraty House dura menos de duas horas.
O contrato que formou o consórcio teria duração de 5 anos.
A participação da Veine era de 70%. Por isso, a empresa tinha
prioridade no uso do helicóptero, que ficou baseado no Rio de Janeiro.
“Todas as notificações e comunicações feitas de acordo com este
Contrato de Consórcio devem ser feitas por escrito”, diz o contrato na
página 14.
O endereço de entrega da correspondência da Agropecuária Veine, a
dona da mansão de Paraty, aparece como: Avenida Borges de Medeiros,
1424, na Lagoa Rodrigo de Freitas.
No documento, Lúcia Cortes Pinto aparece como a sócia da Veine que nomeia uma procuradora.
Lúcia é uma das sócias originais da empresa. Ela teria entrado com
10% das ações. Os outros 90% eram da Blainville, empresa panamenha que
tinha como procurador o contador Jorge Lamenza.
Lúcia mora no Grajaú, um bairro de classe média do Rio. Ela desligou o telefone quando consultada se foi mesmo sócia da Veine.
O ENDEREÇO DE CORRESPONDÊNCIA
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