247 - Citado na carta "confidencial" do
vice-presidente, Michel Temer, à presidente Dilma Rousseff, o líder do
PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), considera que o
documento revela que o seu correligionário não tinha interesse no
"fortalecimento da bancada".
Depois de ter se queixado de ter sido apenas um "vice decorativo",
Temer afirma ter sido "ignorado" nas tratativas e reclamou que Dilma o
substituiu nas negociações pelo líder Picciani e Jorge Picciani, pai do
deputado.
"A carta esclarece muitos pontos. Vai ter uma repercussão forte
dentro da bancada. Ficar claro que o Michel Temer não queria o
fortalecimento da bancada. Ele ficou incomodado. Ele fala contra a
presidente ter conversado comigo e ter indicado os dois deputados
ministros. E em todo momento não defende a posição da bancada, mas dos
seus aliados pessoais. Ele mesmo frisa que o Moreira Franco, o Eliseu
Padilha e Edinho Araújo eram pessoas dele", disse Picciani ao Estado.
Na reforma ministerial, o parlamentar do Rio conseguiu emplacar os
deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) como ministro da Saúde, e Celso
Pansera (PMDB-RJ) para a pasta da Ciência e Tecnologia.
"Não fui eu quem fui procurar a presidente. Não fui eu que foi pedir
nada. Ela ofereceu e eu apenas cumpri o papel de líder transmitindo à
bancada os convites que foram feitos. E decidimos após consultar a
maioria. Em momento nenhum eu pedi que substituíssem os aliados dele por
membros da bancada", afirmou Picciani.
O deputado disse estranhar a queixa de Temer, que se denominou apenas
como "vice decorativo" no primeiro mandato. Segundo Temer, jamais ele
ou o PMDB foram "chamados para discutir formulações econômicas ou
políticas do País".
"Se Temer se julgava um vice decorativo nos quatro primeiros anos,
por que ele depois conduziu o partido, mesmo rachado, a permanecer na
aliança? Se ele se sentia um vice decorativo por que continuar dessa
forma (na chapa presidencial do PT)?", questionou o parlamentar.
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