Da Folha de Pernambuco
Em busca de consenso no PSB para consolidar a fusão com o PPS, o presidente nacional da sigla socialista, Carlos Siqueira, esteve em Pernambuco ontem para conversar com as principais lideranças do partido no Estado. O dirigente teve encontros com o governador Paulo Câmara (PSB), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. Apesar das articulações, Pernambuco manteve sua resistência ao processo. Segundo informações de bastidores, a visita seria fruto de pressão do PSB de São Paulo para tentar reverter a posição de resistência dos socialistas pernambucanos.
Carlos Siqueira afirmou que sua visita faz parte de um processo de ampla consulta aos Estados para avaliar o sentimento do partido para o Congresso da legenda, no dia 20 de junho. O socialista considerou natural e destacou que respeita a posição contrária dos correligionários pernambucanos. “Todas as posições dentro do partido são respeitadas. Estamos passando por um processo democrático. Vamos ouvir e respeitar todas as lideranças. Queremos saber como as coisas estão caminhando para o Congresso”, ponderou.
O dirigente ainda viu, com cautela, a decisão da Câmara Federal de manter as coligações para as eleições proporcionais, que poderia esfriar a pressa em consolidar a fusão antes das eleições de 2016. O governador Paulo Câmara é uma das lideranças que defendem que a fusão seja adiada para 2017. “Ficamos sabendo há pouco da decisão. Ainda não discutimos essa tese (de adiar o processo). Vamos agregar todos esses elementos na discussão”. O presidente já visitou cinco Estados em suas consultas aos integrantes do PSB. Siqueira já passou por Amazonas, Tocantins, Goiás, Alagoas e Pernambuco. Outras lideranças foram ouvidas em Brasília, como o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), e do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Encarada como consenso no início, a fusão entre PSB e PPS começa a acumular resistências. O primeiro Estado a voltar atrás foi Pernambuco. Em seguida, Maranhão deixou clara sua posição antagônica. No entanto, focos de resistência começam a aparecer em Estados como Minas Gerais e São Paulo. O ex-presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, foi o mais categórico em sua crítica ao PPS. Segundo ele, a aliança representava “um ponto final na história do PSB como força da socialista de esquerda”. Apesar da resistência ao processo de fusão, Carlos Siqueira afasta a possibilidade de racha na legenda. “Não existe disputa. A discussão está ocorrendo em clima democrático e amistoso”, destacou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário