sábado, 28 de março de 2015

Quem é e o que pensa Renato Janine Ribeiro

247 - O filósofo Renato Janine Ribeiro, novo ministro da Educação, evitou falar sobre o que fará à frente de um dos ministérios mais influentes e poderosos da Esplanada. Disse apenas que recebeu o convite da presidente Dilma Rousseff "com satisfação" e que fará uma "imersão" sobre os temas mais importantes da pasta, que assumirá no dia 6 de abril.
"Até lá, eu vou ter que me dedicar muito ao tema. Não vou dar declarações até a data porque se trata de um ministério muito complexo, embora eu conheça a área de educação e já tenha trabalhado no ministério antes", disse ele. Ao ser questionado sobre o lema "Pátria Educadora", lançado pela presidente Dilma Rousseff logo após a vitória eleitoral de 2014, não fez qualquer objeção. "É uma política de governo da presidente que será mantida", afirmou.
Respeitado pela academia, o filósofo que se tornou mestre pela prestigiada Sorbonne aos 23 anos e, depois, doutor pela Universidade de São Paulo, já atuou em áreas ligadas ao MEC. Foi diretor de avaliação da Capes, fundação do Ministério da Educação, entre 2004 e 2008. Além disso, foi membro do Conselho Deliberativo do CNPq, entre 1993 e 1997, do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de 1997 a 1999, e secretário da SBPC, de 1999 a 2001. Além disso, publicou 18 livros. Entre eles, "A sociedade contra o social", ganhador do Prêmio Jabuti 2001.
Com essa bagagem, Janine Ribeiro chega ao MEC cercado de grandes expectativas. É um nome respeitado pela academia e que pode reabrir os canais de diálogo entre o governo Dilma e os intelectuais, no momento em que o PT é alvo de uma escalada de ódio político. 
Na educação, suas ideias são consideradas arrojadas e ele defende currículos mais abertos, que estimulem a criatividade dos estudantes. “A educação não termina no último dia do ensino profissional ou do curso superior — nem nunca”, disse ele, num artigo recente publicado no jornal Valor Econômico, destacado pelo blogueiro Josias de Souza (leia aqui).
“Há milhares de profissões”, afirmou. “No limite, cada um cria a sua. Profissão, emprego, orientação sexual, estado civil, crenças políticas e religiosas, tudo isso se combina como um arco-íris felizmente enlouquecido. Ninguém é mais obrigado a se moldar a um pacote. Mas isso não é fácil, exige uma interminável descoberta de si e, por que não dizer, coragem pessoal.”
O novo ministro defende, ainda, um associação cada vez maior entre educação e cultura. “Cada vez mais, a educação deverá se culturalizar: um, deixando de seguir currículos rígidos; dois, tornando-se prazerosa; três, criativa.” 

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