Ex-senadora expôs pensamento em nota sobre o alinhamento
do Blog da Folha
Como era esperado, a virtual vice na chapa encabeçada pelo
ex-governador Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República, Marina
Silva (PSB), veio a público para discordar da aliança firmada pelos
socialistas de São Paulo em prol da reeleição do governador Geraldo
Alckmin (PSDB). Por meio de nota, a ex-senadora afirmou que o passo é um
“equívoco” e que o seu grupo, Rede Sustentabilidade, não acompanhará o
movimento oficial do PSB-SP.
“Consideramos necessário manter independência e lançar uma candidatura
própria, que dê suporte ao projeto de mudança para o Brasil liderado por
Eduardo Campos, e que dê ao povo de São Paulo a chance de fazer essa
mudança também no âmbito estadual”, diz o texto da nota assinada por
Marina Silva.
A ex-senadora trabalhou para que o PSB se distanciasse do PSDB em São
Paulo e construísse uma candidatura ao governo daquele estado. O nome de
Walter Feldman (PSB) era apontado como uma das opções mais simpáticas à
Marina. No entanto, a proximidade entre tucanos e socialistas acabou
vencendo a peleja interna, e o partido referendou apoio a Alckmin.
O principal argumento utilizado por Marina para o descolamento do PSDB
em São Paulo se baseava justamente em casar o discurso nacional do PSB,
que critica duramente a polarização estabelecida na política brasileira
entre tucanos e petistas. Os socialistas até ensaiaram a separação, mas o pragmatismo da aliança com o PSDB pesou mais.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Nota sobre a decisão do diretório do PSB de SP de apoiar o projeto político do PSDB no estado.
Juntamente com todos os integrantes da Rede Sustentabilidade, discordo
da indicação aprovada ontem na reunião do diretório estadual do PSB de
São Paulo de apoiar o projeto político do PSDB. Para nós, isso é um
equívoco. Consideramos necessário manter independência e lançar uma
candidatura própria, que dê suporte ao projeto de mudança para o Brasil
liderado por Eduardo Campos, e que dê ao povo de São Paulo a chance de
fazer essa mudança também no âmbito estadual.
A Rede Sustentabilidade não seguirá essa indicação. Em todo o país,
estamos debatendo o assunto e apoiando nossos companheiros de São Paulo
na busca de uma alternativa que supere a velha polarização PT-PSDB, e
que proporcione apoio efetivo à candidatura de Eduardo Campos, que
demonstre uma nova forma de fazer política e, principalmente, que
represente os ideais de democracia e sustentabilidade expressos no
programa de nossa Aliança.
Esperamos que os companheiros do PSB, em sua convenção estadual, não
levem adiante essa proposta. Nesse sentido, manteremos o diálogo aberto e
respeitoso. Mas, desde já, deixamos clara nossa posição de que, caso
essa indicação não seja revertida, seguiremos caminho próprio e
independente em São Paulo.
A nova força política que emerge no Brasil, interpretando o desejo de
mudança tantas vezes manifestado por milhões de pessoas, encontrará
também em São Paulo sua legítima expressão.
Marina Silva”
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