sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ARTIGO DE OPINIÃO: REIS E RATOS



REIS E RATOS

Durante a nossa curta trajetória de vida aqui na Terra, podemos escolher a sermos tratados com dignidade ou sermos apenas bajuladores dos poderosos. Tive, nos últimos dias, a meditar sobre certos companheiros de esquerdas, que por motivos muitas vezes justos, e outros nem tanto, deixaram o campo de esquerda e se embrenharam no “pântano” reacionário da direita. Companheiros que eram tratados como reis na esquerda, hoje, não passam de ratos na direita. Caro leitor, você se lembra de Luiza Helena? Marina Silva? Plínio de Arruda Sampaio, Jarbas Vasconcelos (em fim de carreira política), FHC (um zumbi político), Gabeira e tantos outros nomes de esquerdas que abandonaram a luta do povo, alegando serem “puritanos” e, no final, acabaram se aliando aos seus algozes indo de encontro a tudo que pregavam.
O último esquerdista a se tornar uma ratazana de direita é o ex-comunista Roberto Freire, que se transformou no porta-voz ultra-direitista, fazendo todo tipo de acusação leviana aos seus antigos companheiros de esquerda. Agora, eu pergunto, que lugar a história reserva a esses cidadãos? Eu mesmo respondo: ao esquecimento. Até hoje, eu não entendo como alguém pode ser tão imbecil em abandonar tudo que pregou um dia, para se juntar àqueles que sempre combateram. Essa gente não enxerga que a direita pode até lhe dar espaço, mas para lhe usar. E no momento que você não servir mais, será descartado como se descarta o bagaço de uma laranja.
Alguém lembra o nome do assassino de Ernesto Che Guevara? Obvio que não, pois covardes serão sempre esquecidos pela história. Seu nome era Mário Terán Salazar, sargento do exercito boliviano. Mas eu só sei, meu caro, por obrigação do ofício, por ser professor de História. Quis o destino, que em 2007, Mario Terán fosse operado de catarata por médicos cubanos no âmbito da Operaçión Milagro. Tenho absoluta certeza de que ele não sabia que ao matar aquele homem, estava transformando-o no mito, que foi seguido por várias gerações. Como disse o jornalista britânico Richard Bott “o comandante Ernesto Che Guevara ficaria para história como figura mais importante da Bolívia. Ele foi talvez a única pessoa capaz de encaminhar as forças radicais de todo o mundo, numa campanha concentrada contra os Estado Unidos. Agora está morto, mas é difícil imaginar que suas ideias morram com ele”.
As palavras proféticas do jornalista britânico se confirmaram; Guevara tornou-se um mito, e suas ideias ecoam até nossos dias. Mas quanto ao sargento Salazar? A ele foi resevado uma nota de pé de página na história. Por isso, caros companheiros de esquerda, pensem muitas vezes antes de abandonarem seus ideais de luta para se juntar aos reacionários de direita, pois você poderá está fadado a se tornar um “rato” no lugar de ser um “rei” no coração do povo e nos anais da história.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.  

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