Blog 247 – Este 22 de outubro de 2012 é o dia que, para o
bem ou para o mal, entrará para a história do Supremo Tribunal Federal.
A data em que dois ex-presidentes do partido político mais votado no
primeiro turno das eleições municipais – José Dirceu e José Genoino
– foram mandados para a forca como bandidos comuns e condenados como
quadrilheiros.
Talvez tenha sido coincidência que o auge do julgamento do mensalão
ocorresse a seis dias das eleições municipais. Outra possível
coincidência, a edição do Jornal Nacional, que emendou a propaganda de
José Serra com o noticiário sangrento sobre o tema. E que destacou,
naturalmente, as peças de retórica mais ousadas. Ambas partiram dos dois
“Mellos” do Supremo Tribunal Federal: o decano Celso de Mello e o
sempre surpreendente Marco Aurélio Mello.
É possível que haja razões jurídicas para condenar boa parte dos réus
da Ação Penal 470. Mas o dia de hoje ficará marcado como a data em que
dois ministros preferiram trilhar um caminho político na suprema corte.
Marco Aurélio, em vez de simplesmente votar, resgatou e releu o
discurso que fez quando de sua posse no Tribunal Superior Eleitoral em
2006. Um discurso em que comparou a era Lula a um “fosso moral”. Em
seguida, incluiu a funcionária “mequetrefe” Geiza Dias da agência DNA na
acusação por formação de quadrilha para que os réus fossem 13. “Um
número simbólico”, lembrou Marco Aurélio, numa outra possível
coincidência, também destacada no Jornal Nacional, a seis dias das
eleições. Marco Aurélio falou ainda em bandidos “armados com dinheiro”,
numa alusão ao passado guerrilheiro de José Dirceu e José Genoino, que
enfrentaram a ditadura militar de 1964 – um regime que Marco Aurélio
qualificou como um “mal necessário”.
Em seguida, comparou o Partido dos Trabalhadores, dono do número 13, à
Máfia italiana, passando a bola para Celso de Mello, que fez ligações
mais próximas à realidade brasileira. Para o “decano” do STF, o PT se
parece mesmo com o PCC, o Primeiro Comando da Capital, e com o Comando
Vermelho, grupos criminosos que assaltam e matam no Rio de Janeiro e em
São Paulo.
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