Do UOL, em São Paulo
Em entrevista à Rádio Gaúcha, na sexta-feira (1º), Gilmar disse que a Lava Jato foi "a mãe ou o pai" do bolsonarismo.
"Ele [Moro] estava muito próximo desse movimento político, tanto é que na eleição, no segundo turno, ele faz aquele vazamento das confissões, das delações do Palocci. A quem interessava isso? Interessava ao adversário do PT", afirmou.
"Depois ele aceita esse convite, que foi muito criticado, para ser ministro do governo Bolsonaro, cujo adversário ele tinha prendido. É toda uma situação muito delicada, se discute muito a correição ética desse gesto", prosseguiu o ministro.
Delação veio à tona na semana das eleições
Então juiz responsável pela Lava Jato no Paraná, Sergio Moro levantou o sigilo do depoimento de Antonio Palocci à operação em 1º de outubro de 2018, seis dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais. Entre as acusações de seu depoimento, o ex-ministro do governo Lula (2003-2010) disse estimar que das cerca de mil MPs (medidas provisórias) editadas nos quatro governos do PT, em pelo menos novecentas houve cobrança de propina.
Dias depois, antes do primeiro turno, Bolsonaro deu uma entrevista à TV Record em que parabenizou Palocci pelo depoimento à Lava Jato e disse que o conteúdo da colaboração mudaria o resultado da eleição.
Questionado pela Rádio Gaúcha se havia uma intenção política de Moro ao levantar o sigilo da delação, Gilmar Mendes respondeu: "A mim, me bastam só os fatos. O vazamento dessa delação, naquele momento, tinha o intuito que se pode atribuir".
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