sexta-feira, 31 de maio de 2019

O terrorismo ajuda a afundar o PIB, diz economista

POR FERNANDO BRITO · no Tijjolaço

Recomendo a leitura do artigo do professor Rogério Furquim Werneck da Economia da PUC do Rio de Janeiro, uma escola de nítido viés neoliberal. Nele, sob ótica econômica, chama-se a atenção sobre os danos que estão sendo causados ao país – que vão além da ruína institucional – pela tática de produzir um ‘terrorismo’ para viabilizar a reforma da Previdência.

Afinal, é a única tecla que tocam governo e equipe econômica em matéria de planos para o país, tecla devidamente ecoada por um jornalismo econômico especializado em jamais ir além da aritmética.

Diz Werneck:

Levará algum tempo até que se possa entender com clareza por que o círculo virtuoso de recuperação da economia, antevisto no início do ano, se mostrou tão decepcionante. Mas, entre as possíveis explicações, não poderá deixar de constar o efeito deletério da atemorização exagerada do país a que o governo recorreu, para viabilizar a reforma da Previdência. Não tendo conseguido produzir uma narrativa crível de aprovação da reforma, o governo tentou compensar essa falha com uma atemorização desmesurada, que teve impacto devastador sobre decisões de investimento.

O economista afirma que “ao brandir a iminência do caos, ajudaram a atrofiar ainda mais o que restava do já raquítico crescimento da economia” e se espanta com a “a gritante incapacidade do governo de mobilizar o vasto apoio parlamentar de centro direita com que poderia contar”, até porque jamais, nas últimas décadas, houve um Congresso tão conservador e insensível socialmente quanto este.

Mas não é uma surpresa, é uma fatalidade. O governo que se instituiu pelo ódio e pela negação, só pelo ódio e pela negação sabe se sustentar. Não é um acesso de fúria, é um método de firmar-se pela intimidação.

Cpomo dizem os próprios economistas, o fenômeno observado por Werneck, está “em linha” com o que registrei no post anterior, sobre a entrevista de Bolsonaro à Veja: não há nenhum plano para o país senão o de submetê-lo à chantagem do medo.

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