(Estadão – BR 18 - Por Marcelo de Moraes)
O governo acionou seus bombeiros para serenar os ânimos no Congresso e tentar consertar o estrago político provocado na discussão da reforma da Previdência. O problema é que a insatisfação continua sendo muito grande entre os parlamentares, que se queixam do péssimo tratamento recebido da parte do Planalto. Além disso, alguns políticos próximos do presidente Jair Bolsonaro ainda seguem dando declarações polêmicas que impedem que o ambiente pesado distensione.
Um dos responsáveis pela missão de salvamento da reforma, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, almoçou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para procurar um entendimento. Um dos mais irritados com o Planalto, Maia avisou que segue sendo um defensor da reforma e continuará dando seu apoio à proposta. Mas voltou a cobrar que Bolsonaro e seus líderes assumam a tarefa de conseguir os votos necessários para a sua aprovação.
É nesse ponto que o governo continua metendo os pés pelas mãos. O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse que seu partido – o mesmo de Bolsonaro – não tem convicção sobre a aprovação da reforma. Já Carlos Bolsonaro, filho do presidente, criou nova polêmica ao defender a presença ativa do pai nas redes sociais e dizendo que quem quer vê-lo longe disso “o querem fraco e se apoio popular, pois assim conseguiriam chantageá-lo”.
Nesse clima, existe grande chance de o circo pegar fogo novamente hoje na sessão da Comissão de Constituição e Justiça, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, irá falar sobre a proposta da reforma. Guedes, outro dos bombeiros da reforma, sabe que terá de enfrentar a oposição dos partidos adversários nessa discussão. O problema é que precisará também passar pela pancadaria de deputados que, se a articulação política do governo fosse consistente, estariam lhe aplaudindo.
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