247 - A ofensiva do bolsonarismo contra o Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo (17) foi um fracasso; grupos de extrema-direita como MBL e Vem pra Rua prometeram grandes mobilizações em todo o país contra a Suprema Corte, pedindo "o impeachment" de todos os seus membros, uma possibilidade inexistente nos marcos da Constituição. No entanto, nas principais cidades do País, as manifestações foram marcadas pela presença de apenas dezenas de pessoas.
Centro-oeste
O fiasco das manifestações começou logo no início da manhã de domingo, em Brasília. Em frente ao STF, um grupo de no máximo 50 pessoas gritava que o "STF era um puxadinho do PT". Em Goiás, a cena não era diferente. Dezenas de pessoas gritavam "fora STF".
Sudeste
O fiasco foi saudado com ironia:
São BILHÕES de pessoas nas ruas do RJ nesse momento. O clima de protesto é contagiante!
No Rio de Janeiro apenas alguns gatos pingados gritavam "vergonha, vergonha nacional", fazendo uma paródia com a música de Ivete Sangalo, como se vê no vídeo acima.
Em São Paulo, nem mesmo as vias fechadas e as "personalidades" do MBL como "Mamãe falei" e Fernando Holiday atraíram a multidão para a causa da Lava Jato e contra o STF. No local, centenas de pessoas aglomeravam-se no vão do Masp para ouvir os jovens de extrema-direita.
Em Belo Horizonte, a manifestação também não ultrapassou a barreira das centenas de pessoas.
Sul
No sul, região com grande apelo conservador, a manifestação em Florianópolis também seguiu murcha e não passou de 50 pessoas. Já em Curitiba, terra mãe da Lava Jato, algumas centenas de pessoas seguiam o carro de som com palavras de ordem programadas pelo MBL.
O que esta em jogo
O movimento "pelo fim do STF" ganhou impulso depois que Bolsonaro (presidente da República) postou vídeo de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, com ataques ao STF.
O estopim da mobilização da extrema-direita foi a decisão do STF de determinar que os processos relativos a uso de caixa 2 nas campanhas eleitorais sejam julgados pela Justiça Eleitoral e não mais pela Justiça Comum. Na decisão, na última quinta-feira (14), o STF definiu a competência da Justiça Eleitoral para julgar crimes comuns - como corrupção e lavagem de dinheiro - conexos com delitos eleitorais; no dia seguinte, nesta sexta, em outra contundente derrota da Lava Jato, o STF suspendeu todos os efeitos do acordo entre a força-tarefa, a Petrobrás e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que previa a criação de uma fundação com R$ 2,5 bilhões. O ministro Alexandre de Moraes disse que os procuradores, liderados por Deltan Dallagnol, "exorbitaram das atribuições que a Constituição Federal delimitou".
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