O anúncio da filiação de Henrique Meirelles ao (P)MDB, combinado à entrevista de Michel Temer assumindo sua candidatura a Presidente coloca com provável uma dobradinha entre ambos, embora em matéria de recuos, o ocupante do Planalto seja pródigo, em seus jogos de dissimulação.
E, se isso ocorrer, não é difícil antever algumas consequências.
A mais ampla é que o “mercado” vai ter, ao menos, três candidatos pelos quais se dividirá: Jair Bolsonaro, Michel Temer e Geraldo Alckmin, penso eu que nesta ordem, sem contar o insólito dono da Riachuelo, Flávio Rocha.
Com Meirelles, Temer pode assumir seus ares decorativos (decoração kitsch, claro).
Os espaços para a candidatura Rodrigo Maia, que existiam mais em sua imaginação do que em qualquer outro lugar devem ceder lugar a uma tardia articulação por apoio no Rio de Janeiro e na Bahia e em uma ou outra coligação.
Ele não tem – ao contrário de ACM e de Álvaro Dias, sequer alguma expressão regional.
Já o MDB vai ter em muito sua vida dificultada. No Sul e no Centro-Oeste, é certo que parte migrará para Jair Bolsonaro, como no Nordeste irá para Lula ou para o candidato por ele apoiado. No Sudeste, variedade: no Espírito Santo, agarrar-se a Paulo Hartung; no Rio, desaparecer, praticamente, a depender do destino de Eduardo Paes, dividir-se em São Paulo entre Alckmin e Temer e, em Minas, entre este e o PT ou seu candidato.
Apesar de provavelmente beneficiado pelas defecções peemedebistas, Bolsonaro ganha mais um bloqueio para crescer: Temer, com ou sem Meirelles de vice, não vai deixar de ter algo perto de 10% dos votos, tal como Geraldo Alckmin terá isso, também. 5% mais dos outros mosquitos de direita, e seus 20% ou pouco mais, tem-se metade do eleitorado, quase.
O que deixa a outra metade (ou pouco mais da metade) pronta a levar um candidato progressista ao segundo turno.
Por enquanto, a direita continua num mato sem cachorro
Ou melhor, no mato apenas com um mastim feroz.
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