247 – Uma reportagem do jornalista Luiz Maklouf Carvalho
revela como foi o último diálogo entre Eugênio Aragão, ex-ministro da
Justiça, e Rodrigo Janot, atual procurador-geral da República, dois
ex-amigos que se distanciaram após o golpe parlamentar de 2016.
Numa das falas, Janot chamou Lula de "bandido", "como todos os outros".
No diálogo, tenso, os dois se mandaram à m...
Confira como foi:
Janot: Você me deu um soco na boca do estômago com aquela mensagem (“não estou interessado em cargos”).
Aragão: É aquilo mesmo que está escrito lá.
Janot: Então considere-se desconvidado.
Aragão: Ótimo. Eu não quero convite
(para função), tudo bem, não tem problema. Olha, Rodrigo, nós somos
diferentes. É isso mesmo. Para mim, você foi uma decepção...
Janot: O que você está querendo dizer? Vai me chamar de traíra?
Aragão: Não, traíra não. Não chega a
tanto. Desleal, mas traíra não. (No caso Operação da Lava Jato) você
foi extremamente seletivo...
Janot: Você vem aqui no meu gabinete para me dizer que eu estou sendo seletivo?
Aragão: É isso mesmo.
Janot: Você vai para a p... que o
pariu... Você acha que esse (ex-presidente) Lula é um santo? Ele é
bandido, igual a todos os outros...
Aragão: Você foi muito mesquinho em
relação ao Lula, só porque ele disse que você foi ingrato (em razão da
indicação para a função)... Não tinha nem de levar isso em
consideração.
Janot: Isso é o que você acha. Eu sou diferente. O Lula é bandido, como todos os outros. E você vai à m...
Aragão: E os vazamentos das
delações? Eu tive informações, quando ministro da Justiça, pelo Setor de
Inteligência da Polícia Federal, que saíram aqui da PGR...
Janot: Daqui não vazou nada. E eu não te devo satisfação, você não é corregedor.
Aragão: É, você não me deve satisfação, mas posso pensar de você o que eu quiser.
Janot: Você vá à m..., você não é meu corregedor.
Aragão: Eu não vim aqui para conversar nesse nível. Só vim aqui para te avisar que estou de volta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário